Após denúncia de agressão contra mulheres, 9º BPM abre inquérito sobre ação de militares

Após denúncia de agressão contra mulheres, 9º BPM abre inquérito sobre ação de militares

Tenente-coronel também antecipou que um efetivo vai acompanhar o protesto das 18h de hoje

Vitória Famer / Rádio Guaíba

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O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar da Capital, tenente-coronel Marcus Vinicius Gonçalves Dias, assegurou que a corporação abriu nesta terça-feira inquérito policial militar para averiguar se houve uso abusivo da força contra manifestantes que faziam um ensaio aberto após o segundo dia da 1ª Feira do Livro Feminista, que ocorreu no fim de semana em uma praça do bairro Santana. Pelas redes sociais, mulheres denunciaram que as agressões partiram da polícia, que chegou até o local no fim da noite de sábado após os moradores do entorno reclamarem do barulho. O caso motivou uma manifestação de repúdio, ontem, que reuniu centenas de pessoas junto à Praça da Alfândega, em meio à Feira do Livro de Porto Alegre. Hoje, manifestantes fazem um segundo ato, a partir das 18h, em frente ao Palácio Piratini.

Segundo o tenente-coronel, diversas informações já foram colhidas, através de imagens, para o encaminhamento do inquérito, que deve ser entregue em até 40 dias. Ele relata que, durante o sábado, policiais e participantes do evento haviam negociado o limite de som no local, mas o barulho excessivo se repetiu à noite. Conforme o comandante, quatro policiais voltaram à Jerônimo de Ornellas, onde ocorria o evento.

De acordo com as postagens das manifestantes em redes sociais, os agentes policiais se alteraram e agrediram nove mulheres, quatro delas com mais intensidade. Já o comandante do 9º BPM sustenta que o “uso moderado da força” só ocorreu depois que cerca de 30 manifestantes se exaltarem com a presença de PMs no local. Questionado se os policiais tentaram agredir os manifestantes antes mesmo de qualquer exaltação, Dias afirmou que somente o inquérito vai poder apontar a ordem como os fatos ocorreram.

“Isso o inquérito vai esclarecer. Nós não conhecemos todos os fatos ainda. E o inquérito é justamente instaurado para que se possam conhecer todos os eventos. (O que se sabe é que) Foi despachado uma guarnição com dois policiais, que teriam solicitado para que reduzissem o som, ou que fossem para outro local, e nisso houve alteração dos ânimos e investiram contra a guarnição, que pediu apoio. Compareceu mais uma guarnição. Então, nós tivemos, no total, quatro policiais. Com a chegada do apoio, foi utilizada a força moderada para conter essas investidas e dispersar o pessoal”, apontou o tenente-coronel.

Responsável pelo 9º BPM desde a terça-feira passada, quando tomou posse, Dias lembrou que, mesmo sem nenhum pedido das manifestantes, a BM tomou a iniciativa, em função das denúncias, de abrir o processo administrativo. O tenente-coronel também antecipou que um efetivo vai acompanhar o protesto das 18h de hoje, junto à Praça da Matriz.

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