Ataque em agências bancárias assusta população em Butiá

Ataque em agências bancárias assusta população em Butiá

Crime ocorreu na madrugada deste sábado e gerou discussões sobre segurança do município

Henrique Massaro

Ataque em agências bancárias assusta população em Butiá

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A ação criminosa que terminou com a explosão de duas agências bancárias e uma terceira arrombada, além de três pessoas feridas, parou os pouco mais de 20 mil habitantes de Butiá. O incidente, ocorrido na madrugada de sábado, mobilizou a população local e gerou discussões sobre a segurança no município.

Durante a manhã de sábado, as imediações das três agências bancárias que foram alvo do assalto - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banrisul - localizá-las a poucas quadras de distância uma da outra, reuniam os cidadãos curiosos e preocupados com o incidente. “Eu moro a 300 metros daqui, e se escutava tudo”, disse o morador Ivan dos Santos, que observava o trabalho da polícia em frente ao Banco do Brasil. Ele comentou que os tiros duraram cerca de 20 minutos e que um deles, disparado em direção à sede da Brigada Militar (BM), acabou estourando perto de sua casa.

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Roselaine Machado, que mora pelo menos sete quadras de distância dos bancos, disse que foi acordada pelo barulho dos disparos por volta das 2h da madrugada. Seu filho Matheus, de 23 anos, estava com amigos na praça ao lado do Banco do Brasil, onde jovens costumam se reunir, e chegou a ser feito de refém. Segundo a mãe, no entanto, ele conseguiu fugir quando um dos criminosos se distraiu.

Os relatos ouvidos no município são de surpresa com um crime dessas proporções. Segundo a população, há brigas de facções e alguns assaltos, mas não assim. O atual responsável pelo comando da BM local, sargento Vilson Rudinei, disse que o último assalto a banco havia ocorrido há cerca de dez anos.

Falta de efetivo na região

Mas quem não se surpreendeu com o crime foi o prefeito de Butiá, Daniel Almeida. De acordo com ele, na madrugada de sábado, apenas dois policiais militares estavam trabalhando nas ruas. Ainda conforme o prefeito, o município já se reuiniu com o secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer, para solicitar um maior efetivo. 

O responsável pela Brigada Militar, no entanto, não confirma o tamanho do efetivo. “Não divulgamos por segurança da corporação e da cidade”, afirmou Rudinei. Ele relatou que um soldado que estava na sede da BM chegou a se ferir com um estilhaço quando os criminosos, logo depois da ação no Banrisul, efetuaram diversos disparos em direção ao prédio, localizado duas quadras de distância. As marcas nas paredes mostram tiros de fuzil, porém, também se suspeita que os criminosos tenham utilizado pistolas e espingardas calibre 12.

O prefeito chegou a emitir nota oficial lamentando o ato criminoso, se solidarizando com as pessoas feridas e, novamente, pedindo o aumento do o policiamento. “Esperamos que após este ataque em nossa cidade o Estado finalmente olhe para Butiá. Vamos solicitar um Grupo de Trabalho permanente para ações na segurança de Butiá e seguir lutando por reforço no efetivo da Brigada e da Polícia Civil”, diz a nota.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que a gestão trabalha com uma política de oferecer o efetivo necessário para cada município e quem executa a distribuição de policiais na região é a Brigada Militar. A reportagem do Correio do Povo tentou contato com a comunicação da BM, mas não obteve posicionamento.

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