Bope atuará dentro do Complexo do Alemão, diz secretário de Segurança

Bope atuará dentro do Complexo do Alemão, diz secretário de Segurança

Medidas são resposta aos ataques que policiais têm sofrido no conjunto de favelas do Rio

AE

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O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou nesta sexta-feira que vai deslocar para dentro do Complexo do Alemão a Companhia de Instrução do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Também haverá operações policiais em favelas dominadas pela mesma facção que atua no Alemão.

As medidas são a resposta da secretaria aos ataques que PMs têm sofrido no conjunto de favelas, na zona norte do Rio de Janeiro. Quatro policiais foram assassinados desde fevereiro. O subcomandante da UPP da Vila Cruzeiro, Leidson Acácio Alves, de 27 anos, foi morto na noite de quinta-feira, 13, com um tiro na cabeça.

"Existem duas possibilidades (para as mortes). As situações de confronto, que são inevitáveis. E pessoas que ficam de tocaia, porque a estrutura urbana facilita isso, e ficam esperando o policial para fazer de maneira covarde e criminosa essas ações. O que estamos fazendo é levar a companhia de instrução do Bope no Alemão. Estamos entrando com uma companhia ou mais do Bope. E estamos começando a partir de hoje à tarde uma série de operações em áreas que têm ligações diretas ou indiretas com o (tráfico)", afirmou Beltrame.

O secretário participou da cerimônia de formatura de 470 policiais militares, na manhã desta sexta. Ele lamentou a morte de Alves, mas tentou fazer discurso para motivar os recém-formados. "Temos problemas de guerra aqui no Rio de Janeiro, porque assim deixaram que aconteceram", afirmou. "Os senhores são o sustentáculo da democracia, o que os senhores fazem é garantir o estado de direito democrático. O colega de vocês faleceu tirando pessoas que estavam tiranizadas. Mas não vamos desistir, gente", afirmou.

Vítima

A família do aspirante a oficial da PM Leidson Acácio Alves, de 27 anos, deixou nesta sexta o Instituto Médico Legal, após fazer o reconhecimento do corpo dele. Alves foi o 11º integrante de Unidade de Polícia Pacificadora assassinado desde que o programa foi criado, em 2008.

A mulher dele, Jaqueline Oliveira, de 26 anos, estava muito emocionada. "Estou muito abalada. Eu o conhecia desde adolescente. Eu tinha 14 e ele, 15, quando começamos a namorar", contou. O casal não tinha filhos. A mãe do PM chegou a se aproximar dos repórteres de plantão no IML, mas foi levada para dentro por outros PMs e orientada a não dar declarações.

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