Bruno fica surpreso com as acusações de Macarrão

Bruno fica surpreso com as acusações de Macarrão

Ex-namorada do ex-goleiro, Fernanda Gomes de Castro confirma assassinato de Eliza Samudio

AE

Bruno fica surpreso com as acusações de Macarrão

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Um dos novos advogados do ex-goleiro Bruno, Tiago Lenoir disse nesta quinta-feira que o goleiro ficou bastante surpreso com o depoimento de Luiz Henrique Romão, o Macarrão. O amigo culpou o ex-atleta pela decisão de matar Eliza Samudio. De acordo com Lenoir, Bruno não esperava que seu antigo braço-direito fosse mudar radicalmente de versão, provocando uma reviravolta no caso.

O advogado não quis dizer se o goleiro desmentiu a versão dada no depoimento desta madrugada. "Você pode anotar aí que os novos advogados do Bruno vão apresentar a tese defensiva dele no dia 6 de março, durante o julgamento. Não podemos falar mais nada por enquanto", salientou Lenoir. O criminalista assumiu depois que o ex-goleiro destituiu Rui Pimenta na tentativa de ter seu julgamento desmembrado na última terça-feira, a exemplo do que ocorreu com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

Lenoir contou que junto dos defensores Lúcio Adolfo e Francisco Simim, que já estava no caso, visitou o goleiro na manhã desta quinta-feira na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, para relatar o depoimento de Macarrão. "Ele ficou chateado com a situação, mas está bem, confiante em termos processuais, sempre com fé em Deus. No momento oportuno, vai expor sua versão dos fatos", disse o jurista.

No julgamento propriamente dito, a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, afirmou em depoimento na sessão desta quinta que a denúncia de que outra ex-amante do jogador, Eliza Samudio, foi assassinada é "verdadeira". Ela alegou à juíza Marixa Fabiane Lopes, que preside o julgamento sobre o caso em Contagem, que "não sabe" porque está sendo acusada do sequestro e cárcere privado da vítima e do bebê que Eliza teve com Bruno.

Assumiu, porém, que foi encarregada de cuidar da criança ainda no Rio de Janeiro, quando mãe e filho foram levados para a casa do ex-atleta por Macarrão. Ela também reconheceu ter viajado com o goleiro para a região metropolitana de Belo Horizonte em um carro, enquanto Eliza era levada para o mesmo local por Macarrão e Jorge Rosa, primo do atleta já condenado pelo crime, em outro veículo.

Fernanda também admitiu que mentiu em depoimento à Polícia Civil sobre a agressão de um primo de Bruno, Jorge Rosa, então com 17 anos e já condenado por envolvimento com o assassinato, contra Eliza. Durante as investigações do caso, Fernanda alegou que o hematoma apresentado por Eliza teria sido causado por um assalto, apesar de saber da real agressão, ocorrida no Rio de Janeiro.

Depois de falar por cinco horas e cinco minutos, Macarrão acusou Bruno de ter mandado matar Eliza e admitiu que a vítima foi mantida em um sítio do goleiro em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, até ser levada para ser entregue a seu assassino - que alegou não saber identificar - na região da Pampulha, na capital. Fernanda também admitiu ter estado com Eliza em um jogo de futebol em Ribeirão das Neves, e no sítio. Mas o depoimento da acusada tem uma série de contradições em relação ao de Macarrão, do qual o promotor Henry Wagner Vasconcelos também apontou diversas lacunas em relação às provas levantadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE).

O depoimento da ex-namorada de Bruno seria o último antes do início dos debates orais entre acusação e defesa para que o júri popular, formado por seis mulheres e um homem, decida o destino de Fernanda e Macarrão. Inicialmente, a previsão inicial era de que o júri durasse duas a três semanas, mas o processo foi desmembrado em relação a três outros acusados, inclusive Bruno, após uma série de manobras dos advogados de defesa.

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