Caso do bolo de Torres: secretário sugere novos protocolos para identificar casos de envenenamento

Caso do bolo de Torres: secretário sugere novos protocolos para identificar casos de envenenamento

Sandro Caron quer evitar mais crimes promovidos com auxílio de venenos

Rodrigo Thiel

Caso de envenenamento do bolo em Torres teve coletiva realizada nesta sexta

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Durante a coletiva da Polícia Civil, que revelou novos detalhes do caso de envenenamento de um bolo em Torres, o secretário Estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, reforçou a necessidade de criar protocolos junto com órgãos de Saúde para identificar casos similares.

"Nós vamos ajustar melhorias, pois não podemos nos deparar com crimes desta magnitude e não melhorar protocolos. Além disso, vamos manter um diálogo forte em nível federal para que sejam adotadas medidas para evitar que as pessoas tenham acesso a venenos da forma como ocorre. Estamos diante de um crime sem precedentes na história do RS", afirmou Caron.

A delegada Sabrina Deffente, diretora da 23ª Delegacia de Polícia Regional, mencionou surpresa com a facilidade com que a suspeita dos crimes, Deise Moura dos Anjos, comprou arsênio utilizado na morte dos familiares. Segundo ela, os produtos haviam sido comprados pela internet e entregues pelos Correios. "Esses produtos poderiam ter parado em outras mãos e ter causado outras mortes", salientou.

As vítimas do envenenamento em Torres | Foto: Leandro Maciel

Sabrina Deffente citou que cada prova técnica encontrada pela polícia aumentava a surpresa de todos que participam da investigação. "Não temos dúvidas de que se trata uma pessoa que praticava e tentava homicídios em série. Há fortes indícios de que ela tenha praticado outras tentativas de envenenamento, que agora serão objeto de investigação a partir de agora", salientou a delegada.

Ela reforçou ainda que a investigação aponta que não há dúvidas de que a suspeita pesquiso sobre o veneno, até chegar em uma receita que seria inodora e que pudesse se assemelhar a um pó branco, podendo ser misturado com farinha ou leite em pó. "Após encontrar essa combinação, ela começa a tentar envenenar os familiares, chegando na morte do sogro, em setembro", completou.

| Foto: Arte Leandro Maciel

Acqua Toffana

A operação para prender Deise Moura foi chamada de Acqua Toffana. O nome tem relação com um veneno muito utilizado no século 17, feito com base de arsenio e chumbo. Segundo o delegado Marcos Veloso, a suspeita teria feito a compra das substâncias em quatro oportunidades em cinco meses. Uma foi feita antes da morte do sogro e as outras três antes do bolo.


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