Caso Marielle: "Trabalhos foram dados como encerrados", diz Lewandowski após prisão de supostos mandantes

Caso Marielle: "Trabalhos foram dados como encerrados", diz Lewandowski após prisão de supostos mandantes

Ministro da Justiça afirmou que Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa irão para um presídio federal

Correio do Povo

Ministro da Justiça afirmou que Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa irão para um presídio federal

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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, celebrou a “vitória do Estado brasileiro” e comentou a prisão dos supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. Conforme o ministro, os "trabalhos foram dados como encerrados" com a detenção de Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa pela Polícia Federal (PF) na manhã deste domingo. Também foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão no Rio.

"Os trabalhos estão dados como encerrados, até que venham, eventualmente, novos elementos. Neste momento, temos bem claro os executores deste crime odioso, hediondo, por ser um crime de natureza política. A polícia em suas investigações identificou os mandantes e os demais envolvidos nesta questão", afirmou Lewandowski em coletiva na tarde deste domingo. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos em 2018.

O chefe da pasta reafirmou que o trio utilizará tornozeleira eletrônica e ficarão presos em um presídio federal em Brasília. Ainda segundo o ministro, o julgamento do caso será feito pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e não há prazo para o Ministério Público Federal oferecer a denúncia.

O diretor da PF, Andrei Rodrigues, reiterou a manifestação do ministro de que os trabalhos “desta etapa” foram concluídos. Ele explicou que as investigações concluíram que o ex-chefe da polícia civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, buscava "desviar o foco da investigação dos verdadeiros mandantes".

Motivação do crime

Lewandowski destacou que as motivações do crime são consideradas complexas. Conforme ele, a investigação apontou para divergências políticas em relação ao destino de terras no Rio de Janeiro.

Marielle desejava a utilização das áreas para moradias populares e a família Brazão pretendia dar fim comercial as regiões mencionadas.

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"Poderão surgir novos elementos”

Lewandowski elogiou o trabalho dos investigadores, incluindo a Polícia Federal e o Ministério Público, e também a agilidade do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Quero dizer que este momento é extremamente significativo, é uma vitória do Estado brasileiro, das nossas forças de segurança do País, em relação ao combate ao crime organizado”, disse o ministro. “Temos bem claro os executores desse crime odioso, hediondo, de natureza claramente política. A polícia investigou os mandantes e os demais envolvidos nessa questão. Claro que poderão surgir novos elementos”, emendou Lewandowski.

"Podemos desvendar outros casos sobre milícias no Rio”

O ministro afirmou que, a partir da resolução do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, pode ser possível desvendar outros casos relacionados a milícias no Rio de Janeiro.

“O que este relatório policial e as longas investigações revelam, antes de mais nada, é o modus operandi das milícias no Rio de Janeiro, que é bastante sofisticado, complexo e que se espraia, infelizmente, por todo o Estado e várias atividades”, disse Lewandowski, em entrevista coletiva, na sede do ministério.

“Eu tenho a impressão de que, a partir desse caso, podemos, talvez, desvendar outros casos. Ou, pelo menos, seguir o fio da meada de um novelo cuja dimensão ainda não temos claro. É a radiografia operam as milícias e o crime organizado como RJ, e como há um entrelaçamento com órgão políticos e públicos”, emendou.

Governo Lula

Ricardo Lewandowski destacou a importância da mudança de governo para o avanço da apuração do caso. "Esta etapa mais importante das investigações foi vencida a partir da eleição e da posse do novo governo e quando, com muita disposição e energia, colocou-se a Polícia Federal, com meu antecessor, o ministro Flávio Dino, a serviço da elucidação desse crime, o que ocorreu em fevereiro do ano passado, após cinco anos de investigações infrutíferas pela Polícia Civil do Rio”, declarou.

“Alguns integrantes dessa polícia, infelizmente, durante todo esse tempo, lograram obstruir o avanço das investigações”, emendou o ministro, em referência ao delegado Rivaldo Barbosa, um dos presos. “Isso mostra que o crime organizado não terá sucesso em nosso País, porque temos uma polícia forte e efetiva”, afirmou Lewandowski, ao dizer também que as forças de segurança no País estão “alertas e atentas”.

*Com informações de Estadão Conteúdo


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