Caso Miguel: promotora pede condenação de mãe e madrasta por todos os crimes e qualificadoras

Caso Miguel: promotora pede condenação de mãe e madrasta por todos os crimes e qualificadoras

Denúncia pede que as duas sejam condenadas por homicídio doloso e que sejam considerados os agravantes cometidos por elas no entender da acusação

Guilherme Sperafico

Promotores Karine Camargo Teixeira e André Tarouco falaram aos jurados

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Após encerrada a fase de debates do júri do caso Miguel, a promotora de Justiça Karine Camargo Teixeira falou aos jurados e pediu a condenação de mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e da companheira dela, Bruna Nathiele Porto da Rosa. As duas são julgadas pela morte do menino Miguel dos Santos Rodrigues, na época com sete anos, em julho de 2021. O caso ocorreu em Imbé, no Litoral Norte, e o julgamento ocorre no Fórum de Tramandaí.

Durante sua fala direcionada aos jurados, a promotora apresentou novamente o vídeo em que Bruna aparece torturando Miguel. Também mostra uma série de mensagens que, no entender do MP, demonstram a intenção das duas em cometer o crime.

Karine também reafirmou que as duas acusadas tiveram participação ativa em todas as etapas do crime, refutando teses das defesas que pedem que o dolo seja desconsiderado pelos jurados e interpretado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. “O ponto de divergência é o fato de que elas alegam que foi um acidente”, argumentou.

A promotora também afirmou que o fato de o corpo não ter sido localizado não impede a constatação de que, de fato, as duas tiveram intenção de matar Miguel. “A gente não tem o corpo, mas a lei diz que a podemos provar por outros meios. Isto tudo a gente fez, com DNA, (e vídeo) corpo jogado no rio. A gente queria acreditar que ele está vivo, mas ele morreu. Foi assassinado”, disse Karine.

Para o MP, a versão da morte acidental pela dosagem de remédio é refutada, também, pelo estado de saúde debilitada do menino, causada pela falta de alimentação e medicação adequada, além da falta de prestação de socorro. “Elas tinham o poder, naquele momento, de decidir se ele ia morrer ou não e escolheram que ele morresse. Não prestaram o atendimento médico devido que poderia ter salvo”, acrescentou o promotor André Tarouco.

Por fim, a promotora Karine se dirigiu diretamente aos jurados, mais uma vez, para explicar as respostas que, no entendimento do MP, precisam ser respondidas para condenação. O pedido é de que elas sejam condenadas por homicídio doloso com todas as qualificadoras apresentadas na denúncia, que incluem meio cruel, motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa, além dos crimes de ocultação de cadáver e tortura.


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