Caso Seu Jorge: Clube União convoca coletiva e diz que está ajudando a Polícia

Caso Seu Jorge: Clube União convoca coletiva e diz que está ajudando a Polícia

Presidente diz que não percebeu "injúrias raciais", mas clube disponibilizou imagens para ajudar elucidar o caso

Felipe Uhr

Presidente do Grêmio Náutico União concedeu entrevista à imprensa nesta terça-feira

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O presidente do Grêmio Náutico União, Paulo José Bing, concedeu uma coletiva de imprensa para falar sobre o suposto caso de racismo durante o show do cantor Seu Jorge.  Ele se solidarizou com o artista e disse que o clube não tolera casos de racismo e que se o ato foi praticado por algum associado, o mesmo seria punido, “podendo até ser excluído dos quadros sociais”. O Grêmio Náutico União já havia publicado uma nota em que informou que estava  "apurando internamente os fatos".

O clube também se prontificou em ajudar a Polícia Civil a elucidar o caso. “Recebi o ofício da delegada requisitando o material que a gente tem, da gravação do show, das filmagens, da câmera de segurança. Tudo aquilo que a gente tiver vai ser disponibilizado de imediato para ela”, relatou. Parte do vídeo que será entregue à polícia foi passado para os jornalistas presentes. 

Bing que estava no show, e prestará depoimento na próxima quinta-feira, também esclareceu que não percebeu as injúrias raciais ao final da apresentação. “Eu vi um público receptivo ao artista. Eu posso  assegurar onde eu estava e de tudo aquilo que eu assisti que eu não vi nenhum ato, nenhuma provocação nada que possa ter tirado o artista do sério”. Segundo ele as manifestações ocorreram depois que o artista encerrou o show e não voltou mais para o palco para fazer o “bis”. Além de Bing, outros funcionários do clube devem prestar depoimento. “Pedi ao clube que enviasse com a lista de funcionários”, contou a delegada que investiga o caso, Andréa Mattos.

MP entra no caso

O incidente repercutiu entre as autoridades do Rio Grande do Sul e vai envolver outros órgão institucionais. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre, instaurou procedimento investigatório para apurar condutas ilícitas de cunho racial. O MP informou que solicitará à direção do clube, informações, mídias e demais instrumentos de prova relacionados com os fatos.

A instituição também acompanhará, na instância Criminal, as investigações da Polícia Civil, com a finalidade de analisar integralmente os elementos de prova e as condutas dos envolvidos, além de possível compartilhamento de provas.


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