Caso Zambi: 13 pessoas são indiciadas por decapitação em Porto Alegre

Caso Zambi: 13 pessoas são indiciadas por decapitação em Porto Alegre

Segundo a Polícia Civil, os mandantes da execução foram identificados após os celulares dos bandidos serem analisados

Correio do Povo

Segundo a Polícia Civil, os mandantes da execução foram identificados após os celulares dos bandidos serem analisados

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Após extensa investigação, a Polícia Civil concluiu o “Caso Zambi”, ocorrido em 24 de agosto deste ano, em que a cabeça decapitada de Zambi Rodrigues Barros foi deixada dentro de um saco de lixo na rua Cruzeiro do Sul, no bairro Santa Tereza, em Porto Alegre. Treze homens foram indiciados, dez deles já estão presos e três seguem foragidos.

O crime foi um dos vários cometidos em meio a guerra de facções que afetou Porto Alegre, principalmente nos meses de março, junho, agosto e setembro. “Muitos dos homicídios ocorridos nestes meses estão interligados. Executores e mandantes estão envolvidos na prática de diversos atentados”, explicou a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), na tarde desta terça-feira.

Os mandantes dos crimes estavam, em sua maioria, orquestrando outros ataques de dentro de penitenciárias. Em uma estratégia do departamento, para conter o número de homicídios ligados às facções, sete lideranças (cinco delas envolvidas no Caso Zambi) foram transferidas dos presídios onde estavam e isoladas, na última segunda-feira. Em transferências anteriores, outras 23 lideranças já haviam sido isoladas.

“Com as transferências anteriores, isolamos o líder da facção rival, de modo que já se viu uma expressiva redução de homicídios cometidos pela gangue. Temos certeza que com as novas transferências veremos o mesmo em relação ao outro grupo”, garante a delegada. “As transferências dos presos foram de extrema importância. Conseguimos neutralizar todo uma quadrilha que estava orquestrando os homicídios”, disse o delegado Eibert Moreira Neto, diretor da Divisão de Homicídios da Capital. O principal líder da facção, com sede no Vale do Sinos, de apelido Garotinho, foi um dos que trocaram de presídio na segunda-feira. 

Utilizando informações coletadas dos crimes já ocorridos e imagens obtidas de câmeras de segurança, foi possível identificar os 13 suspeitos de envolvimento no crime. “Conseguimos identificar um dos veículos utilizado no dia em que jogaram a cabeça na rua. A partir disso, conseguimos fazer um link e identificar diversos outros fatos cometidos por esse grupo. Nove no total, feitos com os mesmos carros e com os mesmos mandantes”, afirmou Moreira Neto. “Fomos juntando diversas informações, provas que nos permitiram responsabilizar os líderes. O que era o nosso objetivo”, declarou o delegado.

Outro caso que teria sido cometido pelo grupo, de acordo com a Polícia Civil, foi o atentado contra um bar da zona Sul da Capital, que deixou três mortos e 27 feridos. Os indiciados foram indiciados por este crime e por outros. A maioria dos participantes do crime já estava presa quando o inquérito do atentado foi concluído. 

A investigação

De acordo com a Polícia Civil, Zambi Rodrigues Barros foi sequestrado às 2h de 24 de agosto por duas pessoas, em sua residência. Horas depois, a sua cabeça foi encontrada por um transeunte na calçada da rua Cruzeiro do Sul. Momentos depois, a Polícia Civil foi acionada. Zambi, de acordo com o delegado, atuava na região e fazia parte do grupo. No dia seguinte, o seu corpo foi encontrado dentro de um veículo, que havia sido incendiado.

Por meio das imagens de câmeras de monitoramento foi possível identificar um Corsa que era dirigido por uma pessoa. Esta, conforme Moreira Neto, tinha a função de batedor, alertando os comparsas de blitzes e bloqueios policiais, o Corsa era seguido por um Hyundai HB20, de onde a cabeça foi lançada na rua. Em um segundo carro, um motorista levava os dois sequestradores de Zambi. “Depois que Zambi foi tirado de casa, ele foi levado para um terceiro carro e transportado até Viamão, onde foi executado”, contou o delegado Newton Martins de Souza Filho, titular da 6ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. Analisando os celulares dos detidos foi possível identificar os mandantes do crime.


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