Colégio de Porto Alegre diz que haverá consequências, se investigação apontar autores de montagem envolvendo alunas

Colégio de Porto Alegre diz que haverá consequências, se investigação apontar autores de montagem envolvendo alunas

Direção enviou comunicado a famílias após 16 alunas serem vítimas de montagens com inteligência artificial

Marcel Horowitz

Polícia Civil investiga caso envolvendo estudantes de tradicional colégio particular na zona Norte de Porto Alegre

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Um comunicado interno garantiu punição disciplinar caso a investigação da Polícia Civil aponte os responsáveis por imagens falsas envolvendo alunas de um tradicional colégio na zona Norte de Porto Alegre. A nota, assinada pela diretoria da instituição particular, foi enviada a famílias de estudantes. O caso soma 16 vítimas e seis suspeitos. Todos os envolvidos são adolescentes.

O texto pontua que um grupo de alunos é investigado pela criação e distribuição de montagens com conteúdo pornográfico. De acordo com a gestão, os fatos vieram à tona na segunda-feira, quando alunas acionaram a equipe pedagógica.

A suspeita é que foram utilizados dispositivos de inteligência artificial para simular imagens das estudantes nuas. Todas as vitimas cursam o 9º ano.

Conforme a diretoria, os envolvidos foram ouvidos na escola, sendo que parte deles prestou depoimento no Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), acompanhados por familiares e representantes do colégio.

A direção também enfatiza que, se a investigação apontar responsáveis, haverá consequências. O plano é aplicar medidas disciplinares ‘de acordo com os diferentes níveis de envolvimento de cada um’.

“Condenamos veementemente a produção, o compartilhamento, o armazenamento de conteúdos de cunho sexual ou de exposição de terceiros de qualquer natureza em ambiente virtual, considerando tais atos como uma forma grave de violência e violação da dignidade das vítimas", diz um trecho.

Por fim, a gestão alerta para a importância da conscientização sobre implicações legais e sociais do uso de tecnologias, especialmente ferramentas de inteligência artificial.

“Organizaremos atividades educativas focadas na conscientização sobre os direitos, deveres e as consequências associadas à utilização inadequada de recursos virtuais”, conclui a escola.

Inquérito policial

Um inquérito do caso foi aberto, na terça-feira, pela 3º DP de Proteção à Criança e ao Adolescente. O prazo de conclusão é de 30 dias. A primeira etapa da apuração incluiu a análise dos celulares dos suspeitos.

Os investigados podem responder de acordo com o artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente. A pena é de um a três anos de reclusão, com multa.

A lei tipifica como crime simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual.


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