Colégio de Porto Alegre diz que haverá consequências, se investigação apontar autores de montagem envolvendo alunas
Direção enviou comunicado a famílias após 16 alunas serem vítimas de montagens com inteligência artificial
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Um comunicado interno garantiu punição disciplinar caso a investigação da Polícia Civil aponte os responsáveis por imagens falsas envolvendo alunas de um tradicional colégio na zona Norte de Porto Alegre. A nota, assinada pela diretoria da instituição particular, foi enviada a famílias de estudantes. O caso soma 16 vítimas e seis suspeitos. Todos os envolvidos são adolescentes.
O texto pontua que um grupo de alunos é investigado pela criação e distribuição de montagens com conteúdo pornográfico. De acordo com a gestão, os fatos vieram à tona na segunda-feira, quando alunas acionaram a equipe pedagógica.
A suspeita é que foram utilizados dispositivos de inteligência artificial para simular imagens das estudantes nuas. Todas as vitimas cursam o 9º ano.
Conforme a diretoria, os envolvidos foram ouvidos na escola, sendo que parte deles prestou depoimento no Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), acompanhados por familiares e representantes do colégio.
A direção também enfatiza que, se a investigação apontar responsáveis, haverá consequências. O plano é aplicar medidas disciplinares ‘de acordo com os diferentes níveis de envolvimento de cada um’.
“Condenamos veementemente a produção, o compartilhamento, o armazenamento de conteúdos de cunho sexual ou de exposição de terceiros de qualquer natureza em ambiente virtual, considerando tais atos como uma forma grave de violência e violação da dignidade das vítimas", diz um trecho.
Por fim, a gestão alerta para a importância da conscientização sobre implicações legais e sociais do uso de tecnologias, especialmente ferramentas de inteligência artificial.
“Organizaremos atividades educativas focadas na conscientização sobre os direitos, deveres e as consequências associadas à utilização inadequada de recursos virtuais”, conclui a escola.
Inquérito policial
Um inquérito do caso foi aberto, na terça-feira, pela 3º DP de Proteção à Criança e ao Adolescente. O prazo de conclusão é de 30 dias. A primeira etapa da apuração incluiu a análise dos celulares dos suspeitos.
Os investigados podem responder de acordo com o artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente. A pena é de um a três anos de reclusão, com multa.
A lei tipifica como crime simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual.