Colégio denuncia universitária por agressão e apologia ao nazismo em estágio

Colégio denuncia universitária por agressão e apologia ao nazismo em estágio

Caso ocorreu em escola estadual de Porto Alegre

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Caso ocorreu no Colégio Estadual Paula Soares

publicidade

* Com informações de Guilherme Kepler e Gabriel Jacobsen

A diretora do Colégio Estadual Paula Soares, em Porto Alegre, denunciou à polícia uma estagiária por agredir uma aluna e fazer apologia ao nazismo. O caso, que veio à tona nesta quinta-feira, teria ocorrido há cerca de três semanas. A universitária, que havia iniciado estágio na escola, foi imediatamente afastada pela direção.

A diretora Genecy Terezinha Godois Segala relatou que, no dia 23, a estagiária - nos primeiros minutos de contato com uma turma para a qual ensinaria Filosofia - anunciou que era nazista e que ela seria a autoridade em sala de aula. A universitária, que estuda Filosofia na PUCRS e iniciava estágio docente para uma turma de 3º ano do Ensino Médio, teria agredido fisicamente uma aluna.

“A aluna contou que a estagiária, no momento em que a professora regente saiu da sala, se apresentou, de uma maneira inacreditável: ‘Eu sou nazista e exijo de vocês que, toda vez que eu entrar, façam a saudação'. Eles começaram a rir, acharam que era uma provocação. E ela continuou falando: ‘Aqui eu sou a autoridade, eu mando, vocês obedecem’. Daí uma aluna foi perguntar algo, ela disse para a aluna ficar de pé, a aluna não ficou, ela foi lá e puxou a orelha e deu um tapa na coxa da aluna. Neste momento foi que a turma percebeu que era sério”, relatou a diretora.

Segundo Terezinha, a sua sala foi invadida por alunos após o episódio. A diretora contou que a estagiária foi imediatamente chamada à sala da direção e confirmou o relato dos alunos, assinando inclusive uma ata em que o episódio está descrito. Após a assinatura da ata, em conversa reservada com a diretora, a estudante teria dito que aprendeu em casa, com o pai, a doutrina nazista.

“Perguntamos para ela, se ela tinha agido mesmo daquela forma, e ela disse que sim. ‘Eu sou assim, fui criada assim, sou desta forma e não vou mudar. Ela disse: ‘eu concordo com tudo que fizeram (os nazistas), eu só não concordo com as mortes (praticadas pelos nazistas)'.  "Ela me disse: 'O Natal do ano passado, passei com meu pai. Meu pai fez na noite de Natal um discurso enaltecendo a figura do Hitler e as pessoas se cumprimentam fazendo o gesto nazista’. Ela me disse que lá em Carazinho todo mundo é assim”, relatou a diretora. Segundo a diretora, em pesquisa pelo nome do pai da universitária na internet, foram encontradas fotos em que ele está ao lado de uma estátua do Hitler repetindo a saudação nazista.

O titular da 1ª Delegacia de Polícia, delegado Paulo César Jardim, confirmou que investiga o caso. A Secretaria Estadual de Educação, em nota, informou que afastou a estagiária da escola e comunicou a PUCRS que a aluna não está mais autorizada a realizar estágios na rede estadual.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895