Com conflito de versões, Polícia busca esclarecer dinâmica de homicídio triplo de família

Com conflito de versões, Polícia busca esclarecer dinâmica de homicídio triplo de família

A 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa procura testemunhas para oitivas

Correio do Povo

Delegado procurar resolver questão

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O titular da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ª DHPP), delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, quer resolver o quebra-cabeça das versões sobre o assassinato de três pessoas de uma mesma família no último domingo no bairro Lami, em Porto Alegre. “Já tínhamos as oitivas de testemunhas.Estamos buscando outras de quem realmente testemunhou o fato”, declarou à reportagem do Correio do Povo. Ele disse que é preciso esclarecer a dinâmica do crime. “Precisamos ver qual a veracidade”, sintetizou.

Familiares das vítimas devem prestar novos depoimentos. Além de imagens de duas câmeras de monitoramento já obtidas, os agentes aguardam também os laudos do Instituto-Geral de Perícias. “Vamos verificar por exemplo a entrada dos projéteis nos corpos das vítimas e a posição dos corpos...”, afirmou, referindo-se ao relato do acusado do triplo homicídio, um jovem de 24 anos, de que houve luta corporal e de que a arma estava com as vítimas.

No entanto, o delegado observou que o indiciamento deve ser mantido: triplo homicídio qualificado cometido por motivo torpe e emprego de meio que dificultou a defesa da vítima. De acordo com o titular da 4ª DPHPP, a mãe do acusado não tem nenhuma acusação dentro do inquérito. O casal Rafael Zanetti Silva, 45 anos, e Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44 anos, junto com o filho Gabriel da Silveira Innocente Silva, 20 anos, foram baleados e mortos um a um durante desentendimento após acidente de trânsito na Estrada do Varejão.

O acusado está preso e recolhido no sistema carcerário. Em depoimento aos policiais civis, ele admitiu que atirou contra os três, alegando que Rafael portava a arma e foi desarmado por ele, durante luta corporal. A versão dele é de que agiu em legítima defesa. Ao deferir o pedido de prisão preventiva, a juíza de Direito Cristiane Busatto Zardo destacou que “as vítimas foram perseguidas pelo acusado, já armado, e alvejadas mesmo quando já caídas ao chão, e na presença de uma criança de oito anos de idade, parente das vítimas, indicando uma conduta preordenada e desmedida”. Conforme a juíza, “as circunstâncias do delito indicam situação de risco à ordem pública, eis que o representado está armado e se mostra, em tese, disposto a matar, mesmo na frente de testemunhas”. 

As vítimas estavam em um Citroën Aircross, que colidiu contra um Ford EcoSport, em uma curva da Estrada do Varejão. A caminhonete atingida estava parada no momento da colisão. Houve uma discussão inicial e depois uma perseguição até um trecho com residências. Ambos os veículos pararam no local. O casal e o filho descem do Citroën Aircross. O autor do crime também desembarcou enfurecido. O outro filho do casal, um menino de oito anos, e a namorada de Gabriel, de 18 anos, haviam permanecido dentro do Citroën e escaparam de também serem executados.

 

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