Criminosos detonam fogos em homenagem a líder executado na Penitenciária Estadual de Canoas
Explosivos foram avistados por moradores de praticamente todas as regiões de Porto Alegre
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Fogos de artifício foram detonados em praticamente todos os bairros de Porto Alegre, por volta das 20h de sábado. Quem reside próximo da Arena Grêmio acreditava que fossem gremistas se preparando para a partida de domingo. Já quem mora perto do Estádio Beira-Rio cogitava serem colorados no aquece para a disputa contra o Flamengo. No entanto, nas redes sociais, moradores de praticamente todas as regiões da cidade sinalizavam estar escutando as explosões.
Esta foi a forma encontrada pelos integrantes da facção criminosa V7 para homenagear seu líder, o Nego Jackson, 41 anos, executado a tiros por volta das 18h do dia 24 de novembro na triagem da Penitenciária Estadual de Canoas 3 (Pecan 3).
Na noite da execução, encomendada pelas lideranças da facção criminosa Bala na Cara, houve comemoração nas dependências da casa prisional e no bairro Bom Jesus, que seria o QG dos criminosos. Para festejar a morte do inimigo, que também participava de um grupo que se denominava Anti-Bala, integrantes da facção local soltaram foguetes e dispararam tiros para o alto, comemorando o atentado.
Família do Sul
Em 30 de novembro de 2023, a Polícia Civil deflagrou uma operação, intitulada Senhores do Altomonte, para desarticular um grupo composto pelas facções da Vila Jardim e Cruzeiro do Sul, respectivamente nas zonas Norte e Sul de Porto alegre, que se uniram para dominar pontos de venda de entorpecentes e se contrapor ao poder bélico e econômico do grupo criminosos Bala na Cara.
Na ocasião, 63 criminosos foram presos. A nova facção se autodenominou Família do Sul. Entre os líderes estava Nego Jackson, além de outros nomes do tráfico de drogas. Essa frente, em 31 de outubro deste ano, foi suspeita de estar envolvida em uma dupla execução na zona Sul de Porto Alegre. Os integrantes da Família do Sul teriam praticado os crimes para tomar pontos de tráfico controlados pelos Bala na Cara.
O líder dos V7 foi preso em 2017, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Investigado por envolvimento em ao menos 24 homicídios, ele chegou a ser transferido para a Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, mas retornou para o Rio Grande do Sul em 2020.