Defesa de João de Deus apresenta habeas corpus para revogar prisão

Defesa de João de Deus apresenta habeas corpus para revogar prisão

Caso negado, advogados pretendem pedir prisão domiciliar, tornozeleira e proibição de exercer ofício

AE e R7

Defesa de João de Deus protocola habeas corpus

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O criminalista Alberto Toron, defensor do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, protocolou um habeas corpus, na tarde desta segunda-feira, junto à Justiça de Goiás com o objetivo de revogar a prisão preventiva do líder religioso. João de Deus está, neste momento, no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiâna, a 20 quilômetros da capital. Ele divide a cela com três advogados desde a noite de domingo, quando chegou à cadeia após prestar depoimento e fazer exame de corpo de delito em Goiânia.

Caso o habeas corpus seja negado, a estratégia da defesa será pedir que se adote medidas cautelares, em vez da prisão. Entre as opções cogitadas pelo defensor estão prisão domiciliar, colocação de tornozeleira e a proibição de exercer o ofício. "São medidas que acautelam o meio social, que preservam a possibilidade da prática de novos crimes, se é que eles existiram, com um método menos invasivo", explicou Toron.

Entenda o caso

João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, é sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. Após as primeiras denúncias contra o médium, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) abriu uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.

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Na noite de quarta, a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer. Em sua primeira aparição pública após as denúncias, na manhã de quarta-feira, João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium e se disse inocente e declarou ainda que estava à disposição da Justiça. Até a noite desta quinta-feira, a força-tarefa do MP-GO atendeu 330 mulheres.

Outro lado

O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.

“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.

Ainda segundo Toron, João de Deus vai se apresentar à Justiça nos próximos dias para colaborar no que for necessário. O R7 tenta desde a segunda-feira da semana passada ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Um novo contato foi realizado nesta quarta-feira, após o pedido de prisão. Uma entrevista com o médium também foi solicitada, também sem posicionamento do acusado.

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