Deic realiza nova operação contra sequestradores de empresário de Canoas

Deic realiza nova operação contra sequestradores de empresário de Canoas

Vítima foi resgatada no final de dezembro do ano passado em cativeiro na zona rural de Portão

Correio do Povo

Houve o cumprimento de 20 ordens judiciais em cinco bairros em São Leopoldo

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Uma nova fase da operação Tesla, que investiga o crime de extorsão mediante sequestro de um empresário de Canoas, foi desencadeada ao amanhecer desta quarta-feira pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. Quatro suspeitos foram presos pela equipe da 1ª Delegacia de Roubos, sob comando do delegado João Paulo de Abreu.

Houve o cumprimento de seis mandados judiciais de prisão preventiva e outros 14 mandados de busca e apreensão domiciliar. Com cerca de 65 agentes mobilizados, a ação ocorreu nos bairros Arroio da Manteiga, Campina, Scharlau, Feitoria e Duque de Caxias, em São Leopoldo, no Vale do Rio dos Sinos.

Na noite de 27 de dezembro do ano passado, o empresário, de 31 anos, foi resgatado pela equipe da 1ª DR em Portão. A vítima foi libertada sem que o pedido de resgate de cerca de meio milhão de reais tivesse sido atendido. Dois criminosos foram mortos em confronto no cativeiro em Portão.

A vítima, um comerciante da cidade, havia sido arrebatada um dia antes, no final da tarde, na área central de Canoas. Em torno de uma hora depois, os familiares foram contatados pelos sequestradores por meio do aplicativo WhatsApp, sendo exigida a quantia em dinheiro para a soltura dele. Acionada, a 1ª DR começou a investigar o caso. “Após intensas diligências, à época, chegou-se à identificação de, ao menos, três pessoas envolvidas no crime”, recordou. Um dos suspeitos foi preso em Canoas. Na companhia de uma mulher, ele estava em um Volkswagen Fox, de cor preta, utilizado no arrebatamento da vítima.

Descoberta

Após a prisão, os agentes descobriram o local exato do cativeiro, situado na localidade de Socorro, na zona rural de Portão. No local, após equipes operacionais avançarem no terreno, um galpão onde a vítima estaria sendo mantida em cárcere privado foi cercado.

Dois criminosos foram mortos ao confrontarem-se com os policiais civis. Um deles usava tornozeleira eletrônica. Uma pistola e um revólver foram apreendidos. A vítima de sequestro foi encontrada no interior de um banheiro, onde permaneceu cativa deitada no piso frio.

Em seguida, outra equipe da 1ª DR capturou mais um suspeito em São Leopoldo. Ele era o encarregado de receber valores transferidos da conta da vítima para sua conta bancária e faria os saques em diferentes estabelecimentos bancários. “Após a libertação da vítima, as diligências se concentraram na análise de tudo o que foi apreendido no local de cativeiro e com os conduzidos, bem como, em novos afastamentos de sigilo e respectivas análises”, explicou o titular da 1ª DR. “Houve ainda recebimento de informes advindos da Brigada Militar, cuja verificação da procedência das informações também foi obtida de forma positiva”, acrescentou.

“Ao longo desses pouco mais de três meses, os policiais civis conseguiram reunir elementos de informações e de provas, que dão conta sobre a participação de seis pessoas no crime, os quais são alvos destas novas diligências”, frisou o delegado João Paulo de Abreu. Um dos suspeitos é apontado como o elo entre os mentores do sequestro e a vítima, pois um familiar dele teria relação com o estabelecimento comercial do qual as vítimas são proprietários.

Outros dois indivíduos foram responsáveis pelo suporte logístico ao grupo que mantinha refém a vítima em cativeiro. Já outros dois intermediaram a obtenção de dinheiro por meio do acesso às contas bancárias da vítima. Por fim, uma mulher foi quem sacou valores de conta bancária e, em parte, trocados por dólares. Ela é companheira de um dos presos no dia do resgate do empresário.

O delegado João Paulo de Abreu destacou “o esforço concentrado e o alinhamento de trabalho entre a Polícia Civil, o Ministério Público e o Poder Judiciário” ao longo do trabalho investigativo. “Em casos gravíssimos, como o em tela, a adequada resposta jamais seria obtida, se não houvesse tal encaminhamento”, frisou.


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