Delegado projeta novas fases para descobrir quem seria resgatado por helicóptero

Delegado projeta novas fases para descobrir quem seria resgatado por helicóptero

Operação Ranger investiga quadrilha envolvida em roubo do veículo na Serra gaúcha em abril

Correio do Povo

Quadrilha alterava documentos originais e estaria envolvido com roubo de helicóptero na Serrra

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A próxima etapa da Operação Ranger, deflagrada na manhã desta segunda-feira pela Polícia Civil, será para descobrir quem seria o apenado a ser resgatado pela quadrilha envolvida no roubo de helicóptero em abril. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil suspeita que um ou dois detentos do complexo prisional de Charqueadas, ligados à prática de crimes patrimoniais, sobretudo roubos a agências bancárias, seriam resgatados pela organização.

De acordo com delegado Joel Wagner, com a prisão da mulher de 27 anos, os policiais pretendem formalizar outras provas e tentar entender a organização criminosa. "Conseguimos prender uma suspeita com documentos falsos que são utilizados pela organização criminosa. O próprio investigado que está na condição de foragido também deve utilizar esses documentos falsos. Com esta apreensão a gente também quer saber afinal quem seria a pessoa a ser resgatada no sistema prisional", disse.

Contratação de táxi aéreo seria "presente surpresa para os pais"

Segundo o delegado João Paulo de Abreu, o criminoso, que contratou o serviço da empresa de táxi aéreo, embarcando depois na aeronave em Canela rumo à Triunfo, é primo do assaltante de bancos conhecido como Passarinho, que morreu afogado no rio Mampituba, no limite entre Torres e Passo de Torres, em Santa Catarina, no dia 8 de março, após confronto com policiais catarinenses. O criminoso, de 24 anos, está foragido. Conforme o delegado, a mulher que foi presa em Alvorada durante a ação de hoje, já havia sido detida, com outros oito cúmplices, em 3 de março do ano passado após ataque no dia anterior ao banco Itaú de Uruguaiana, onde um dos envolvidos acabou baleado e morto por um vigilante. Os policiais civis apuram ainda a participação de outros cinco ou seis bandidos no crime.



A contratação do serviço de táxi aéreo teve como desculpa uma surpresa que seria feita aos pais do criminoso no sítio de Triunfo, sendo que a mulher presa se passaria por prima. Ao pousar na propriedade, o piloto foi rendido, sendo mais tarde solto na vila Dique, em Porto Alegre. Para o delegado João Paulo de Abreu, a aeronave foi então pilotada por alguém habilitado. Os policiais civis estão vasculhando os nomes de todos os pilotos de helicópteros existentes.

Conforme o delegado Wagner, um dos objetivos da investigação é que se possa evitar novos casos no futuro. "Com essa investigação pretendemos identificar, prender e evitar que crimes dessa natureza aconteçam. Porque o indivíduo pode estar no sistema prisional e ser resgatado de uma maneira como essa, é um perigo pra sociedade", explicou Wagner.  

A operação Ranger teve nove mandados judiciais cumpridos em Alvorada e Caxias do Sul, sendo sete de busca e apreensão e outros dois de prisão. Na residência da mulher, os agentes apreenderam dezenas de carteiras nacionais de habilitação e de identidade de vítimas e também adulterados ou falsificados, celulares, anotações, dinheiro, substâncias químicas usadas em drogas, dois notebooks e uma impressora, indicando o envolvimento com outros crimes. De acordo com o delegado Joel Wagner, a mulher presa estava com a quadrilha no sítio, no interior de Triunfo, aguardando a chegada do helicóptero. A propriedade havia sido invadida pelos bandidos na ausência dos proprietários.

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