Detentos impedem integrante do Bala na Cara de participar de audiência no TJ

A audiência de um detento integrante da facção criminosa Bala na Cara não pode ser realizada na 1ª Vara do Juri do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em função de um levante feito pelos presos do Presídio Central na manhã desta terça-feira. Segundo a juíza Taís de Barros, eles impediram a saída do companheiro devido ao desejo de ser transferidos para as galerias. A Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) confirmou o problema, mas não revelou o motivo do preso não ter deixado o local.

“Réu que está preso tem que ser trazido pela Susepe porque tem o direito de participar da sessão de julgamento. A justificativa dada pela instituição foi que os apenados da facção Bala na Cara se recusaram a sair da galeria para se deslocar até a audiência. Eles reivindicavam vagas, pois gostariam de ser colocados em galerias e estavam aguardando por vagas, justamente, pela superlotação dos presídios”, afirmou a juíza em entrevista para a Rádio Guaíba.

Ao ser questionada se o Estado não deveria garantir para que o apenado fosse levado ao tribunal, a juíza lembrou sobre as dificuldades que seria uma ação do tipo. “O Estado tem que exercer a autoridade. Mas em um local que está superlotado, acredito que a polícia que faz a segurança tem que pesar qual a possibilidade de fazer e causar um motim ou uma situação mais grave. Foi uma reivindicação feita pelos apenados e que é a mesma da polícia, pois quer que os presos saiam das delegacias. Essa situação foi equacionada pela Vara das Execuções ainda hoje para as próximas audiências”, revelou a magistrada.

A sessão do Tribunal foi remarcada para a próxima sexta-feira, já que o réu está preso e é necessário urgência do processo na Justiça.