Detentos usam WhatsApp em tráfico de drogas em presídios do RS

Detentos usam WhatsApp em tráfico de drogas em presídios do RS

Operação foi deflagrada na manhã desta segunda-feira pelo Ministério Público

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Operação combate comandos de tráfico de drogas em presídios do RS

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O Ministério Público deflagrou nesta segunda-feira a operação Kommunication, que visa desmantelar organizações responsáveis pelo tráfico de drogas de dentro de presídios gaúchos. Segundo coordenador da ação, o promotor de Justiça Ricardo Herbstrith, os detentos têm acesso a aparelhos modernos e usam o aplicativo WhatsApp como principal canal de comunicação. “São telefones grandes, de ótima qualidade, com acesso a internet, trocam email, fazem cotações”, disse em entrevista para a rádio Guaíba.

De acordo com ele, o processo para se ter acesso aos detentos nas penitenciarias do Rio Grande do Sul é cheio de etapas e conta com detectores de metal. “Mas a gente tem aqui nos áudios que diz: ´hoje vão chegar 25 aparelhos´. Nós não temos provas de como esses aparelhos entram nos presídios, mas se suspeita”, completou.

Herbstrith afirma que “os presos administram suas células criminosas como se estivessem em escritórios”. Os investigados pertencem à facção “Manos” e atuam no tráfico de drogas, segundo o MP. O promotor afirma que não acredita que haja lugares onde os celulares não funcionam, mas que a Susepe afirma que consegue reduzir o acesso na Pasc. “Isso é só até a próxima geração de celulares, porque daí muda tudo e eles voltam a ter sinal”, afirmou.

Hoje serão cumpridos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em Campo Bom, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). As investigações tiveram início em junho de 2014, após a realização da operação Praefectur, que investigou detentos da Pasc, Penitenciária Modulada de Charqueadas e Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). Segundo o MP, eles comandavam células criminosas nos municípios de Campo Bom, São Leopoldo, Guaíba, Igrejinha e Porto Alegre por meio de smartphones.

Os presos ordenariam execuções de desafetos para conquistar territórios para o tráfico e a distribuição de drogas em regime de atacado. Desde o início das investigações, ao menos 30 pessoas foram presas e houve apreensão de 31 quilos de crack, 32 quilos de maconha, cinco quilos de cocaína, três veículos clonados, um fuzil, dez pistolas, duas espingardas, uma submetralhadora e três coletes a prova de balas.

A operação é uma parceria entre agentes da Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre, o apoio da Brigada Militar e Grupo de Ações Especiais da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e o Ministério Público.

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