Diretor de escola de Caxias do Sul relata surpresa ao saber que era alvo de alunos suspeitos
Jeferson Carvalho disse que sempre buscou uma relação próxima com os estudantes
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A retomada das aulas na Escola Municipal João de Zorzi, em Caxias do Sul, é marcada pelo reforço na segurança, mas também por um clima de apreensão entre professores e alunos. Nesta quinta-feira (3), o diretor da instituição, Jeferson Carvalho, falou sobre o ataque à professora de inglês e revelou ter ficado surpreso ao saber que os adolescentes envolvidos inicialmente planejavam atacá-lo.
Carvalho contou que sempre buscou ter uma relação próxima com os estudantes e não esperava ser alvo de uma ação violenta. “Parece ser inexplicável, porque a gente sempre trata todos aqui - os pais, os alunos, a comunidade escolar e os professores - com muito carinho, com muito acolhimento, com muito amor e com muitas orientações boas”, disse.
Carvalho acredita que os alunos escolheram atacá-lo porque ele havia chamado os pais deles para uma conversa no dia anterior. “Acredito que teria sido algo que poderia acontecer com qualquer um. Eu acho que eles, nesse momento, vislumbraram a minha pessoa, porque no dia anterior tinha chamado os pais aqui, por causa de uma ocorrência normal de escola”, relatou.
Mesmo após o episódio, nenhum professor da instituição pediu transferência. “Até ontem, havia um receio grande, porque não sabíamos o que cada um estava sentindo, principalmente os que estavam no turno da tarde, mas nenhum professor disse que vai sair. Todos foram muito enfáticos em dizer que permanecem na escola”, afirmou Carvalho.
O diretor também falou sobre a diferença na reação dos alunos ao ocorrido. Enquanto os pequenos encaram o retorno como um dia normal, nas salas dos maiores havia um silêncio e um clima de tensão. "A questão dos pequenos é que eles não tinham contato com os autores. Os grandes, sim. Eles já eram colegas anteriores dos autores. Então, o que a gente observa é que os que conhecem eles, tiveram um pouco mais de sensibilidade”, explicou.
Sobre o estado de saúde da professora, Carvalho disse que ela pretende retornar à escola assim que possível. “Ela disse, em conversa com os colegas que, tão logo estivesse bem, voltaria para escola. Mas a gente sabe que existe um processo de recuperação, principalmente psicológica. Ela é uma pessoa muito dedicada", concluiu.
