Duas escolas da Capital liberam alunos mais cedo por toque de recolher
Por conta da ameaça, pais começaram a buscar filhos menos de uma hora após o começo da aula
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Na Gabriel Obino, parentes começaram a pedir para retirar as crianças 50 minutos após o começo das aulas no turno da tarde. A vice-diretora Eliana Diniz disse que os pais relatavam que não se sentiam seguros em deixar os filhos no local. "Recebemos a informação de que a partir das 16h não poderia ter ninguém na rua." Às 15h30 não havia mais nenhum estudante no local. Para garantir a segurança aos professores que ficaram no local, a direção pediu reforço da Brigada Militar que esteve na instituição e conversou com os profissionais. Mesmo assim, as aulas do turno noturno foram canceladas nesta quinta-feira, o que deixou dezenas sem aula. Para esta sexta-feira, a Escola Gabriel Obino deve contar com apoio da guarda municipal, a partir das 7h30min.
Na Ceará, mais de 60% dos alunos foram embora mais cedo, conforme a vice-diretora Leonice Espinosa, que ficou surpresa com o movimento antecipado dos pais. “Em 13 anos trabalhando aqui, nunca tinha visto isso.” Mais de 480 alunos estudam na escola à tarde. "Vamos ver como vai ser o dia de amanhã para ver como vai ser."
A comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Cristini Rasbold, reconhece que há um conflito de grupos rivais entre as vilas Alpes e No Limite, mas que a Brigada Militar está fazendo uma “aproximação” do efetivo para a área.
Uma moradora de 63 anos, residente próxima da Gabriel Obino, relatou uma maior incidência de tiroteios no bairro, que tiveram início no sábado, entre 23h e meio-dia. Na terça-feira, os disparos foram registrados na madrugada, por volta das 4h, e voltaram a ocorrer no final da noite, por volta das 22h30min.