Em depoimento à PF, Monark diz que "não tem certeza de que houve fraude" nas eleições

Em depoimento à PF, Monark diz que "não tem certeza de que houve fraude" nas eleições

Na semana passada, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das redes do influenciador digital

R7

Youtuber Monark

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Em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, o influenciador Bruno Aiub Monteiro, conhecido como Monark, afirmou que "não tem certeza de que houve fraude nas eleições, mas que como cidadão tem essa desconfiança". Na quarta-feira, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, mesmo após ter participado de uma transmissão ao vivo em que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmava haver fraudes nas eleições, nunca teve acesso a informações da Polícia Federal que confirmassem esse discurso.

"Dado o contexto de como ocorreram as eleições, desconfio de que não houve transparência", disse Monark. Apesar disso, segundo o influenciador digital, ele não incentivou a invasão ao Congresso e às sedes dos demais Poderes, em 8 de janeiro.

Além disso, ressaltou que as falas dele em redes sociais sobre a manifestação "foram apenas sentindo empatia pelos sentimentos de revolta que alguns manifestantes demonstravam". Em um trecho do depoimento, disse que não concorda com as atitudes tomadas pelo TSE durante as eleições, o que chamou de censura. 

"O interesse é fomentar uma maior transparência nas urnas. Sua opinião não teve intenção de estimular qualquer tipo de vandalismo; que reiterou para seu público que era totalmente contra  qualquer tipo de vandalismo ou invasão; que suas falas apenas expressam sua opinião e não são veiculadas como qualquer tipo de informação; que acredita que as instituições estão, infelizmente, aplicando a censura prévia a vários veículos de comunicação, inclusive a ele, e estão violando seu direito constitucional", diz trecho do depoimento. 

Na semana passada, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das redes sociais do influenciador. A decisão ocorreu depois que a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE afirmou ter detectado uma publicação dele com uma entrevista com o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) que continha notícias falsas sobre a integridade das instituições eleitorais.

Para o ministro, o papel dos instigadores dos atos, especialmente nas redes sociais, não é circunstância de menor relevância, já que é claro que os meios de comunicação são "parte essencial da empreitada criminosa que resultou nos estarrecedores atos testemunhados" em 8 de janeiro.


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