Empresa tem contas bloqueadas após Operação Cartola
Gráfica era subcontratada por agência de publicidade considerada articuladora do esquema
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De acordo com a promotora de Justiça Criminal de Alvorada, Rita Conte Soeiro de Souza, o bloqueio foi solicitado após movimentações suspeitas do empresário, que, além de transferir dinheiro para uma terceira pessoa, solicitou ao banco um saque de R$ 500 mil para hoje. O trabalho envolveu a Promotoria de Justiça de Alvorada, o Centro de Apoio Operacional de Defesa do Patrimônio Público, o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF) e a Polícia Civil.
Segundo a promotora, a movimentação financeira do investigado nos últimos dias passou de R$ 1 milhão. Ela relatou que a gráfica terceirizava serviços para a agência de propaganda PPG, alvo da operação Cartola. A empresa teve as contas bloqueadas antes de a ação ser deflagrada na quarta-feira, quando foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão de documentos.
"Pirotecnia"
Em entrevista coletiva, ontem, o presidente da Federação das Associações de Municípios (Famurs), Mariovane Weis, classificou a iniciativa de "pirotécnica", afirmou que os prefeitos foram desrespeitados e que pretendem acionar o Estado por abuso de autoridade. Em resposta, o governador Tarso Genro disse que pretende ouvir os chefes das prefeituras e alegou que a operação não teve como objetivo encontrar culpados, e sim reunir documentos para o inquérito policial.
A investigação
A Operação Cartola é resultado de 10 meses de investigação de agências de publicidade que financiariam campanhas eleitorais em troca de favorecimentos políticos e vantagens em licitações. De acordo com a Polícia Civil, uma agência, localizada no Centro de Porto Alegre, teria envolvimento com o crime e tinha contrato com as prefeituras de Osório, Tramandaí, Viamão, São Sebastião do Caí, Cachoeirinha, Canela, Parobé e Alvorada. O prejuízo chegaria a R$ 30 milhões.
O estabelecimento terceirizava os serviços e superfaturava os contratos, sempre com as mesmas fornecedoras. Segundo a investigação, essas empresas recebiam pelos serviços ou não executavam o previsto no contrato, pagando propina a funcionários municipais para manter o esquema. Três prefeituras suspenderam o contrato com a agência após a operação, outras três informaram que o acordo já havia sido rescindido, e duas mantiveram-no.