Entorno da Arena do Grêmio vira cemitério de bares após dilúvio em Porto Alegre

Entorno da Arena do Grêmio vira cemitério de bares após dilúvio em Porto Alegre

Soma de prejuízos impede reabertura de estabelecimentos e sepulta comércio na região

Correio do Povo

Sem previsão para reabrir, bares e lancherias seguem fechados na zona Norte

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Quase todos os restaurantes e bares permanecem com as portas fechadas, desde o início de maio, na Vila Farrapos. Outrora pontos de reunião para torcedores na zona Norte de Porto Alegre, os estabelecimentos no entorno da Arena do Grêmio viraram espaços sem vida onde não ressoam mais os gritos de gol. As casas de baile também permanecem fechadas em toda a região, que substituiu o entusiasmo do público e as apresentações de música ao vivo pela quietude sepulcral dos imóveis abandonados.

Sem exceção, a totalidade das fachadas no comércio ainda guardam marcas do lodo e da água suja que extravasou de bueiros. Ali, a enchente atingiu dois metros de altura e é praticamente incontável o número de mesas, cadeiras, equipamentos de som e das toneladas de alimentos que foram parar no lixo.

Na manhã desta sexta-feira, apenas uma lancheria funcionava na avenida Padre Leopoldo Brentano. À primeira vista, quem caminhava na localidade podia até pensar que outros locais também estavam abertos. No entanto, a maior parte do movimento era composto por funcionários e donos de estabelecimentos que ainda se esforçam para retirar a lama impregnada nas paredes, pisos e calçadas.

A cantora Priscila Menegildo de Campos, de 41 anos, se emociona ao lembrar da temporada de shows que fazia na Vila Farrapos antes do dilúvio. O repertório dela somava canções gaúchas e sertanejas, em espetáculos que animavam a vida noturna da região. Após passar um mês abrigos municipais, ela conseguiu voltar para casa, mas deixou de ser contratada nos locais em que costumava se apresentar.

"Perdi minha casa e, como se isso não fosse suficiente, também não há mais bares com música ao vivo. Preciso reerguer minha vida, mas não consigo mais trabalhar. Considero ir para outros bairros na Capital, onde ainda há bailes que possam fornecer meu sustento”, lamentou a artista.

Voluntários da Pátria

Sem previsão para a retomada dos serviços, o caso se repete na extensão da rua Voluntários da Pátria, que também dá acesso à Arena do Grêmio. Com os bares fora de atividade, a frente dos estabelecimentos se tornou local para depósito de lixo.

Os entulhos formam pilhas e aumentam ainda mais a sujeira na volta dos locais. Somado a isso, parte da rua Voluntários da Pátria na região ainda não têm asfalto, o que transforma a via em um barral e dificulta o fluxo dos moradores.

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