Ex-vereador comandaria rede de exploração sexual de menores em Gravataí
Pai de irmãs abusadas denunciou crime à polícia
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A ofensiva foi desencadeada a partir do abuso de uma adolescente de 16 anos, descoberto pelo pai em novembro de 2015, mas, em entrevista ao site do Correio do Povo, a delegada Marina relatou que os abusos datam do começo do segundo semestre do ano passado. "Houve o abuso e a menina foi internada. O pai dela descobriu e nos trouxe as denúncias. No decorrer das investigações, descobrimos que já tinham sido feitos relatos anteriores sobre essa rede de exploração", contou.
De acordo com a delegada, a jovem teria sido explorada pela própria mãe e pelo padrasto, que teria trabalhado para o ex-vereador no início dos anos 2000, época em que o parlamentar estava em atividade. "O que descobrimos é que este homem era uma espécie de faz-tudo do vereador. Dentro dessa relação, o padrasto passou a oferecer a própria enteada ao político", explicou.
Caso com irmã mais velha e desejo pela mais nova
Conforme a delegada Marina Dillenburg, o ex-vereador, antes de participar da rede de exploração, teria abusado da irmã mais velha da adolescente na época em que a garota era menor de idade. "No passado, ele (vereador) teve um caso com a irmã mais velha, mais recentemente, estava abusando da adolescente que motivou a operação e pretendia tirar a virgindade da mais nova, que hoje tem cerca de 12 anos", contou.
Segundo informações da Polícia Civil, a rede de exploração funcionava em três motéis, todos pertencentes ao ex-vereador de Glorinha. Os programas seriam agenciados pelo padrasto e pela mãe da adolescente, que inclusive a chamava de "a galinha dos Ovos de Ouro", pelo fato de cobrar R$ 500 dos clientes. O apelido foi usado para batizar a operação de hoje.
A delegada Marina não soube informar quantas meninas estariam envolvidas na rede de exploração sexual, mas revelou que crianças de quatro anos foram levadas para os quartos dos motéis. Os clientes eram homens e até casais, que solicitavam os programas. "As meninas entravam nos motéis escondidas nos carros. Algumas delas, após os programas, eram deixadas nas camas. As camareiras percebiam a saída dos clientes, mas sabiam que alguém ainda ficava nos quartos", afirmou.
Omissão e ajuda da comunidade
Ao ser questionada sobre a conduta de funcionários dos motéis, a delegada Marina disse que algumas pessoas tentaram denunciar os abusos, mas não tiveram sucesso. "Ainda vamos avaliar bem o que houve porque alguns nos disseram que queriam denunciar, mas não conseguiram. A conduta omissiva será investigada, sem dúvida alguma", assegurou.
Marina explicou que a ajuda comunidade de Gravataí será fundamental para desarticular a rede de exploração sexual. "Por ser tratar de um crime entre quatro paredes, nós queremos muito a ajuda de todos. Temos provas substanciais dos acontecimentos, mas precisamos de mais informações para levar a operação adiante", finalizou.