Execução de casal em Rio Pardo seria uma queima de arquivo ou por dívida de tráfico de drogas

Execução de casal em Rio Pardo seria uma queima de arquivo ou por dívida de tráfico de drogas

Polícia Civil está com as duas linhas de investigação que recai sobre uma organização criminosa, alvo da operação Tentáculos em 2020

Correio do Povo

Câmera de monitoramento registrou o crime ocorrido na noite da última terça-feira

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A execução de um casal está sendo investigada pela Polícia Civil em Rio Pardo. O crime ocorreu na noite da última terça-feira na rua Itu, no bairro Jardim Boa Vista. As vítimas, ambas com 27 anos, foram mortas com vários tiros dentro de um Volkswagen Gol, de cor vermelha. Os autores do duplo homicídio seriam dois ocupantes de uma Hyundai Tucson, de cor prata, que colidiu propositalmente na traseira do automóvel deles. Os bandidos desceram e atiraram contra ambos. Uma câmera de monitoramento registrou toda a ação.

Um filho de dois anos do casal e uma filha de oito anos dela estavam no Gol, mas não ficaram feridas. A mulher morta estava grávida. Após o crime, a Brigada Militar foi acionada e compareceu no local, que ficou isolado para o trabalho do Instituto-Geral de Perícias (IGP). A Tucson foi localizada horas depois pelo efetivo do 2º BPM em uma casa na região. O veículo estava com as placas clonadas e havia sido roubado na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A  Polícia Civil acredita que as execuções tenham ligação com o crime organizado. "Temos duas linhas de investigação: queima de arquivo ou cobrança de dívida do tráfico", adiantou o delegado Anderson Faturi em entrevista à reportagem do Correio do Povo na manhã desta quinta-feira. O casal, proveniente de Arroio dos Ratos, tinha antecedentes criminais. O homem e a mulher recentemente compareceram como réus em uma audiência judicial referente à operação Tentáculos, ocorrida em 10 de dezembro de 2020 em Rio Pardo.

A ação, que combateu na época os crimes de homicídios, tráfico de drogas e organização criminosa na cidade, foi parte da investigação sobre a atuação de uma organização criminosa. O grupo foi responsável por ao menos dez homicídios de um total de 21 assassinatos que ocorreram na cidade de Rio Pardo, incluindo um motorista de aplicativo de Cruz Alta que desapareceu naquela cidade e foi encontrado morto no município. Em uma das residências pertencentes ao grupo criminoso, ao menos três pessoas foram executadas, incluindo o motorista de aplicativo.

Houve o cumprimento na ocasião de 16 mandados de prisão preventiva, três mandados de apreensão de menores, 15 medidas cautelares e 40 mandados de busca e apreensão em Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Charqueadas e Canoas.

Cerca de 20 prisões foram efetuadas na operação, sendo recolhidas drogas, telefones celulares, dinheiro e documentos. Escavações foram realizadas em um suposto cemitério clandestino de corpos de vítimas da facção na localidade de Ramiz Galvão, no interior de Rio Pardo.


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