Fábrica clandestina de cigarros é descoberta em Canoas

Fábrica clandestina de cigarros é descoberta em Canoas

A principal suspeita dos agentes é de que faça parte de um esquema nacional de falsificação do produto

Correio do Povo

Depósito abrigava no mínimo 25 toneladas de fumo e milhões de insumos

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A Polícia Civil acredita ter descoberto em território gaúcho a ponta de uma rede nacional de produção de cigarros falsificados com nomes de conhecidas marcas paraguaias. Na noite da última sexta-feira, os agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) de Canoas, sob comando do delegado Thiago Lacerda, localizaram o depósito da fábrica clandestina no bairro Niterói, quase no limite com Porto Alegre.

“Havia pelo menos 25 toneladas de fumo”, estimou na manhã deste sábado o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mário Souza. Segundo o policial, o local abrigava ainda milhões de embalagens, selos, filtros e outros insumos utilizados na confecção do produto. O maquinário não foi encontrado, porém, no endereço. Não havia ninguém no momento da chegada dos policiais civis que deflagraram a operação Cortina de Fumaça após quase dois meses de investigação. “A suspeita inicial era de roubo de cargas”, recordou Mário Souza.

Todo o material apreendido no local, que foi fechado e permanece agora sob vigilância policial, será contabilizado e analisado pela Polícia Civil apoio da Receita Federal e do Instituto-Geral de Perícias. Conforme o titular da 2ª DPRM, um dos objetivos é apurar as quantidades exatas e os valores dos insumos encontrados. “As investigações continuam e outros desdobramentos poderão ocorrer contra essa organização criminosa”, assegurou o delegado Thiago Lacerda. O próximo passo dos policiais civis é chegar por exemplo aos responsáveis.

“Pretendemos identificar também a origem dos insumos”, adiantou Mário Souza. “O certo é que abasteciam todo o Rio Grande do Sul”, acrescentou. Ele recordou que, em dezembro do ano passado, a 1ª DP de Montemegro havia apreendido mais de dez toneladas de cigarros clandestinos na zona rural do município. Na ocasião, os agentes prenderam três indivíduos e constataram a presença de 11 paraguaios trabalhando em situação análoga à escravidão. “Não descartamos uma ligação com esse caso”, observou. Ele recordou que os cigarros falsificados são vendidos mais baratos do que os próprios produtos paraguaios que, por sua vez, têm preços menores do que os nacionais. A comercialização costuma ser feita por ambulantes e estabelecimentos na periferia.


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