Facção dominava condomínio e planejou atentado contra PM na zona Sul de Porto Alegre, diz Polícia

Facção dominava condomínio e planejou atentado contra PM na zona Sul de Porto Alegre, diz Polícia

Traficantes que planejaram ataque contra família de policial militar são alvo da Operação Manhattan

Marcel Horowitz

Operação visa desarticular facção estabelecida na zona Sul da Capital

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Cerca de 200 policiais civis do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) participam da Operação Manhattan, deflagrada nesta terça-feira, na zona Sul de Porto Alegre. O alvo é uma facção com base no Vale do Sinos, mas que também criou ramificações na Capital.
A ação cumpre 29 ordens de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão, além de bloqueios de contas e quebras de sigilo bancário e fiscal. Buscas também ocorrem em seis casas prisionais. Até o momento, 22 pessoas foram presas.

Segundo a corporação, os traficantes expulsavam moradores de casa e planejavam atentados contra policiais militares. O grupo atua nos bairros Chapéu do Sol, Hípica, Restinga, Cavalhada e Ponta Grossa.

"Um traficante controlava um condomínio popular. Há moradores que foram expulsos e os imóveis passaram a servir como depósitos de drogas. Em contrapartida, para tentar passar uma falsa sensação de bondade, ele distribuía donativos”, afirmou o delegado Gabriel Borges, titular da 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico.

A investigação teve início em maio do ano passado, após a prisão de um homem apontado como matador da facção, em São Leopoldo. Na ocasião, foram apreendidas duas pistolas, um fuzil, três granadas, centenas de munições, celulares e cadernos com anotações do tráfico.

Foi constatado que o suspeito se reportava diretamente ao líder do grupo, um traficante conhecido como Pepé. Capturado em um resort de luxo na Bahia, em 2021, ele cumpre pena na Penitenciária Modulada de Charqueadas.

Conforme o diretor de investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, uma das conversas interceptações mostra o executor pedindo autorização do líder para ‘testar um fuzil novo em alguém’. “A atuação da liderança do grupo é marcada pela violência e imposição de ordens por meio de ameaças”, destacou.

Outro fato grave observado durante a investigação foi uma tentativa de atentado contra policiais militares. Inconformados pela atuação constante e com prisões efetuadas, os traficantes descobriram o local onde um soldado residia com a família e passaram a monitorá-lo. O objetivo era fazer um ataque com granadas.

“O atentado não foi consumado, mas a ousadia demonstra a periculosidade do grupo e a necessidade da ação forte e repressiva", enfatizou o diretor-geral do Denarc, delegado Carlos Wendt

Outro líder da facção que teve prisão preventiva decretada é conhecido como Garotinho. Ele cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Garotinho seria responsável por um laboratório de drogas na cidade de São Sebastião do Caí, localizado pelo Denarc em agosto. A ação resultou na primeira apreensão de cocaína cor de rosa registrada no RS.

Por fim, um advogado foi alvo de busca e apreensão domiciliar. O poder judiciário determinou a suspensão do exercício da advocacia e também da posse de armas de fogo dele.

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