Falsa militar que aplicou golpes no RS e SC e outros estados é Indiciada por estelionato
Polícia Civil enviou à Justiça o inquérito sobre os crimes cometidos pela mulher, que está presa preventivamente desde de maio passado
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A Polícia Civil indiciou por estelionato a falsa militar que aplicou golpes no Rio Grande e Santa Catarina, entre outros estados. O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Thiago Lacerda, informou na manhã desta quinta-feira, à reportagem do Correio do Povo, que o inquérito já foi remetido ao Poder Judiciário. Segundo ele, a falsa militar está com prisão preventiva e se encontra recolhida na Penitenciária Feminina de Guaíba.
A falsa militar, de 42 anos, que se apresentava como enfermeira, havia sido detida no dia 20 de maio passado durante uma ação da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas. Ao menos 80 golpes, com prejuízos de milhares de reais às vítimas, foram contabilizados em todo o país. Em apenas 18 casos, as perdas ficaram em torno de R$ 200 mil. No RS, foram 30 ocorrências registradas e em SC outras 50.
De acordo com o delegado Thiago Lacerda, a mulher utilizava até imagens de crianças com o objetivo de dizer que eram órfãs da guerra e pedir dinheiro em prol da suposta ajuda. Ele observou que a maioria das vítimas eram idosos, o que agrava o crime de estelionato. Em caso de condenação, a golpista pode receber uma sentença de até cinco anos para cada caso.
A investigação apontou que a mulher se aproximava das vítimas e, após ganhar a confiança, conseguia dinheiro emprestado ou em sociedade, obtinha cartões de créditos, pedia pagamentos de contas e adquirir bens, além de não quitar aluguéis de imóveis e pedir valores para supostas vagas em escolas militares.
A falsa militar simulava inclusive que estava dentro de um quartel em meio a trabalhos administrativos, visando não despertar suspeitas das vítimas. Os contatos com as pessoas, a princípio podiam ser presenciais ou virtuais.
Na ação, deflagrada em maio, os agentes apreenderam uniformes completos com características militares, com insígnias, distintivos e identificação correspondentes ao oficialato, bem como um computador, um televisor, uma maquininha de pagamento e um equipamento de som. O diretor da 2ª DPRM disse que a origem das fardas apreendidas está sendo apurada, inclusive junto ao Exército Brasileiro.
