Flávio Dino diz que não há previsão para conclusão do caso Marielle

Flávio Dino diz que não há previsão para conclusão do caso Marielle

Vereadora foi assassinada em 2018

Estadão Conteúdo

Dino não define prazo para conclusão envolvendo assassinato de Marielle

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O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que não há previsão para a conclusão do caso sobre a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em 2018. A declaração ocorreu nesta terça-feira, 23, durante entrevista sobre a transição do comando do ministério. Ele vai deixar a pasta em fevereiro para assumir o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem precisar "dias ou meses", Dino disse que há perspectiva de que a investigação esteja próxima do fim. Segundo o ministro, o caso avançou desde a entrada da Polícia Federal (PF) na investigação. "A PF é uma das melhores do mundo, reconhecida como tal, e a entrada dela no caso há um ano, por determinação minha, fez com que houvesse uma colaboração mais estreita com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ)."

O caso, que completará seis anos em março, "jamais ficou parado, há uma equipe dedicada", afirmou o ministro. No início do mês, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que a investigação deveria ser concluída no primeiro trimestre deste ano. "Esse é um desafio que a PF assumiu no ano passado. Estamos há menos de um ano à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há cinco anos, mas com a convicção de que ainda neste primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final do caso Marielle", afirmou.

Na entrevista desta terça, Flávio Dino evitou comentar sobre delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar apontado pelas investigações como o assassino de Marielle e Anderson. O acordo de colaboração premiada foi revelado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. "Juridicamente, só há delação quando há homologação", disse o ministro.

"Não posso nem confirmar nem negar. É algo que todos nós, juntos, saberemos no momento processualmente adequado", afirmou Dino, que também informou que somente os delegados escalados para a investigação têm detalhes sobre o caso.

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Em delação premiada em julho de 2023, Élcio Vieira de Queiroz, ex-policial militar do Rio, apontou a participação do grupo liderado pelo contraventor Bernardo Bello no assassinato da vereadora. Élcio também deu o nome de um suposto responsável por contratar Lessa. O delator citou o policial militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como "Macalé", assassinado em novembro de 2021.

Dino relembrou dessa delação como a única homologada pelo Poder Judiciário e afirmou que seja "natural que existam novos atos de investigação" a partir dos desdobramentos dela, que "podem levar a outras delações".

Por nota, nesta terça-feira, a PF informou que as investigações seguem sob sigilo e que, até o momento, apenas a delação de Élcio foi homologada. "A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos", diz a instituição.


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