Flordelis afirma que morte de Anderson do Carmo foi motivada por supostos abusos

Flordelis afirma que morte de Anderson do Carmo foi motivada por supostos abusos

Ao ser interrogada no Tribunal do Júri de Niterói, a ex-deputada federal relatou ter sido vítima de agressões do ex-marido

R7

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A ex-deputada federal Flordelis foi a segunda entre os cinco réus a ser interrogada no sexto dia do julgamento da morte do pastor Anderson do Carmo, neste sábado.

Flordelis disse acreditar que o crime tenha sido motivado pelos abusos que ocorreram dentro da casa dela. A ex-deputada federal contou que, inicialmente, houve uma desconfiança de que a filha Kelly teria sofrido abuso, mas que soube dos casos após o assassinato do pastor.

Sobre o casamento com Anderson do Carmo, ela afirmou que a relação era feliz no começo, mas que ele passou a agredi-la depois de um tempo, inclusive relatou ter sido enforcada e sufocada com um travesseiro. "Meu marido só sentia prazer se me machucasse", comentou Flordelis sobre a agressividade do ex-marido na intimidade. 

Ela alegou não ter feito nenhuma denúncia contra Anderson do Carmo por vergonha.  Ao ser questionada sobre quem matou o pastor, a ex-parlamentar, que chorou em alguns momentos, disse que não poderia acusar ninguém.

Flordelis também negou as acusações de tentativa de envenenamento da vítima. Ela disse que alguns remédios eram colocados na comida do ex-marido, porque ele não queria tomar as medicações de que necessitava. "Jamais vi minha vida sem Anderson do Carmo", declarou.

Denunciada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como a mandante do crime, Flordelis só respondeu às perguntas elaboradas pela defesa e pelos jurados por orientação dos advogados.

Depoimentos de outros réus

Depois de Flordelis, a neta dela, Rayane dos Santos Oliveira, prestou depoimento e relatou também ter sido vítima de abuso por parte de Anderson do Carmo, mas que só falou sobre isso após a morte dele. A ré negou, ainda, que tenha envolvimento no episódio da contratação de um pistoleiro para matar a vítima.

O primeiro a falar foi André Luiz de Oliveira, filho afetivo de Flordelis, acusado de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Sobre a relação familiar, ele disse que nunca presenciou nenhum tipo de agressão do pastor contra Flordelis, mas afirmou que ele era muito rígido. Além disso, declarou que a mãe só fazia o que o pai orientava.

André Luiz também disse que tem Flordelis como o maior exemplo de caráter. No fim do depoimento, alegou inocência. As próximas a ser ouvidas são a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva e a biológica Simone dos Santos Rodrigues. 


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