Fraude do seguro-desemprego causou prejuízo de R$ 17 milhões

Fraude do seguro-desemprego causou prejuízo de R$ 17 milhões

Em sete meses de investigação foram inseridos mais de 3,5 mil nomes falsos no sistema

Correio do Povo

Em sete meses de investigação foram inseridos mais de 3,5 mil nomes falsos no sistema

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O esquema que fraudava vínculos empregatícios para obter benefícios de seguro-desemprego e de aposentadoria foi responsável por causar prejuízos de cerca de R$ 17 milhões aos cofres públicos. A operação foi descoberta e desarticulada na operação Belo Monte da força-tarefa previdenciária que envolve a Polícia Federal, Previdência Social e Ministério do Trabalho no Rio Grande do Sul. Nos sete meses de investigações foi apurada a inserção no sistema de 3.584 vínculos empregatícios falsos em nome de apenas 55 das mais de 100 empresas de fachada montadas pela organização criminosa, com 49.110 meses de falsas contribuições, que causam R$ 15,4 milhões de prejuízos no caso do seguro-desemprego.

Outro R$ 1,6 milhão foi pago em benefícios previdenciários relativos somente a 10 empresas de fachada, sendo que o prejuízo evitado passaria de mais de R$ 5,5 milhões à Previdência Social. O esquema tinha a participação de técnicos em contabilidades, despachantes previdenciários, aliciadores e “laranjas”, incluindo muitos usuários de drogas, além de agentes públicos.

“Os aliciadores pegavam as carteiras de trabalho e cartões cidadãos dos ‘laranjas’ e inseriam essas pessoas como empregadas das empresas que inexistiam. Depois faziam as rescisões”, resumiu a delegada Ilienara Karas, da Polícia Federal, em Porto Alegre.

A fase operacional foi deflagrada ao amanhecer desta quarta-feira em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Capela Santana, Campo Bom, Charqueadas, Xangri-Lá, Parobé, Nova Hartz e Portão, sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva; 12 mandados de condução coercitiva; e 26 mandados de busca e apreensão; além de quatro ordens de proibição de frequência ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), duas de suspensão do exercício da atividade de contabilidade e uma suspensão de exercício de função pública. Houve também sequestro judicial de bens, residências, dinheiro, depósitos bancários e veículos de luxo.

O esquema foi considerado como crime organizado pela delegada Ilienara Karas, citando o envolvimento de agentes públicos do próprio Sine e de um funcionário de uma câmara municipal. As agências do Sine usadas na fraude ficavam em Capela de Santana, Capão da Canoa, Sapiranga, Campo Bom e Charqueadas.

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