Fraude do seguro-desemprego causou prejuízo de R$ 17 milhões
Em sete meses de investigação foram inseridos mais de 3,5 mil nomes falsos no sistema
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Outro R$ 1,6 milhão foi pago em benefícios previdenciários relativos somente a 10 empresas de fachada, sendo que o prejuízo evitado passaria de mais de R$ 5,5 milhões à Previdência Social. O esquema tinha a participação de técnicos em contabilidades, despachantes previdenciários, aliciadores e “laranjas”, incluindo muitos usuários de drogas, além de agentes públicos.
“Os aliciadores pegavam as carteiras de trabalho e cartões cidadãos dos ‘laranjas’ e inseriam essas pessoas como empregadas das empresas que inexistiam. Depois faziam as rescisões”, resumiu a delegada Ilienara Karas, da Polícia Federal, em Porto Alegre.
A fase operacional foi deflagrada ao amanhecer desta quarta-feira em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Capela Santana, Campo Bom, Charqueadas, Xangri-Lá, Parobé, Nova Hartz e Portão, sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva; 12 mandados de condução coercitiva; e 26 mandados de busca e apreensão; além de quatro ordens de proibição de frequência ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), duas de suspensão do exercício da atividade de contabilidade e uma suspensão de exercício de função pública. Houve também sequestro judicial de bens, residências, dinheiro, depósitos bancários e veículos de luxo.
O esquema foi considerado como crime organizado pela delegada Ilienara Karas, citando o envolvimento de agentes públicos do próprio Sine e de um funcionário de uma câmara municipal. As agências do Sine usadas na fraude ficavam em Capela de Santana, Capão da Canoa, Sapiranga, Campo Bom e Charqueadas.