Governo do RS inaugura centro de triagem nesta segunda-feira

Governo do RS inaugura centro de triagem nesta segunda-feira

Equipe do Correio do Povo entrou na carceragem da DDPA de Canoas, superlotada com 29 presos

Jessica Hübler

Governo do RS inaugura centro de triagem nesta segunda-feira

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A inauguração do centro de triagem nesta segunda-feira pode ser um alento para as delegacias de Polícia da Capital e da Região Metropolitana. No final de semana, a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas registrou um recorde de presos em sua carceragem. Na delegacia, 29 detentos estavam confinados em um local com capacidade para 10 presos, sendo que 15 estavam em celas, sete na triagem e seis em viaturas. Um cartaz na porta da DPPA avisa que “estão temporariamente suspensos os registros de ocorrência” devido a superlotação.

A situação é caótica. Os detidos não têm onde escovar os dentes, tomam banho com jatos de mangueira dentro das celas, não recebem visitas e reclamam que a comida enviada está estragada. De acordo com uma agente, o local não tem estrutura para abrigar os detentos por tanto tempo. “O ideal é que a permanência máxima seja de 24 horas”, afirmou.

Alívio

Segundo o delegado plantonista da DPPA, Marcos Machado, os presos são mantidos em condições inadequadas há pelo menos dois anos, e a situação só piora. “Parece presídio, mas é uma delegacia. Estamos na expectativa da abertura do centro de triagem (CT), para que essa situação se resolva logo”, afirmou Machado. A intenção dos CTs é desafogar as delegacias. O primeiro centro ocupa uma estrutura na zona Leste, que abrigava apenadas do regime semiaberto, na Capital. O local está dividido em dois blocos, que comportarão três alojamentos. Cada alojamento terá 2,5 metros de altura, com teto e portas gradeados. Serão disponibilizadas 84 vagas. A Secretaria de Segurança Pública informou que a partir das 17h desta segunda-feira os presos provisórios devem começar a chegar ao local.

Segundo o titular da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, Eduardo Hartz, há mais de cem presos em DPs da Região Metropolitana e de Porto Alegre. Na DPPA de Canoas existem quatro celas e os agentes precisam tomar muito cuidado para evitar uma rebelião. Presos de facções rivais, por exemplo, não podem ficar no mesmo ambiente. A possibilidade de ocorrerem mortes é alta. Adolescentes, homossexuais, estupradores e mulheres também não podem ficar junto com aos demais.

Um dos filhos de uma mulher de 42 anos está detido na DPPA de Canoas desde o última sexta-feira. “Não nos deixam entrar para falar com ele. O meu filho não estava envolvido com nada, acabou dando carona para a pessoa errada”, disse.

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