Governo do RS inaugura centro de triagem nesta segunda-feira
Equipe do Correio do Povo entrou na carceragem da DDPA de Canoas, superlotada com 29 presos
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A situação é caótica. Os detidos não têm onde escovar os dentes, tomam banho com jatos de mangueira dentro das celas, não recebem visitas e reclamam que a comida enviada está estragada. De acordo com uma agente, o local não tem estrutura para abrigar os detentos por tanto tempo. “O ideal é que a permanência máxima seja de 24 horas”, afirmou.
Alívio
Segundo o delegado plantonista da DPPA, Marcos Machado, os presos são mantidos em condições inadequadas há pelo menos dois anos, e a situação só piora. “Parece presídio, mas é uma delegacia. Estamos na expectativa da abertura do centro de triagem (CT), para que essa situação se resolva logo”, afirmou Machado. A intenção dos CTs é desafogar as delegacias. O primeiro centro ocupa uma estrutura na zona Leste, que abrigava apenadas do regime semiaberto, na Capital. O local está dividido em dois blocos, que comportarão três alojamentos. Cada alojamento terá 2,5 metros de altura, com teto e portas gradeados. Serão disponibilizadas 84 vagas. A Secretaria de Segurança Pública informou que a partir das 17h desta segunda-feira os presos provisórios devem começar a chegar ao local.
Segundo o titular da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, Eduardo Hartz, há mais de cem presos em DPs da Região Metropolitana e de Porto Alegre. Na DPPA de Canoas existem quatro celas e os agentes precisam tomar muito cuidado para evitar uma rebelião. Presos de facções rivais, por exemplo, não podem ficar no mesmo ambiente. A possibilidade de ocorrerem mortes é alta. Adolescentes, homossexuais, estupradores e mulheres também não podem ficar junto com aos demais.
Um dos filhos de uma mulher de 42 anos está detido na DPPA de Canoas desde o última sexta-feira. “Não nos deixam entrar para falar com ele. O meu filho não estava envolvido com nada, acabou dando carona para a pessoa errada”, disse.