Governo estuda sistema para impedir drones no entorno dos presídios

Governo estuda sistema para impedir drones no entorno dos presídios

Protótipo poderá ser testado gratuitamente por um determinado período pela SSP

Correio do Povo

Protótipo poderá ser testado gratuitamente por um determinado período pela SSP

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 A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) estuda a implementação de um sistema para impedir drones no entorno dos presídios. A informação é do secretário Cezar Schirmer que foi o palestrante do café da manhã Bom Dia Engenharia, promovido nesta terça-feira pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (SERGS) em sua sede no Centro de Porto Alegre.

Durante o encontro foi apresentado para ele o projeto de um aparelho que interfere no voo do drone, derrubando-o. O protótipo poderá ser testado gratuitamente por um determinado período pela SSP em algum estabelecimento penal. “O equipamento é interessante para identificação de drones invasores e neutralização. Temos de testá-lo. É uma tecnologia nova e diferenciada que pode se revelar muito positiva”, afirmou. “Qualquer contribuição da sociedade civil será bem vinda para a segurança pública. Precisamos avançar na tecnologia”, acrescentou. Cezar Schirmer relembrou os casos recentes de drones sobrevoando a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Já o presidente da SERGS, Luís Roberto Andrade Ponte, disse que a segurança pública é a preocupação maior da comunidade no país inteiro. “Nossa entidade tem uma interface muito grande com universidades. A engenharia está presente e por trás de tudo. A engenharia coloca-se à serviço do desenvolvimento e da erradicação da miséria. Ela tem que servir aos interesses do bem comum”, afirmou. 

O professor da Engenharia Elétrica da PUC e diretor da SERGS, Edgar Bortolini, explicou que o sistema projetado cria zonas de exclusão onde ele não possa atuar, como é o caso dos presídios. Ao detectar o drone, o aparelho interfere e torna-o inócuo. “O equipamento detecta-o e lança uma rajada eletromagnética que o desabilita”, resumiu. O alcance do raio de ação varia desde alguns metros até um quilômetro. O equipamento, parecido com uma antena, não é ativado no local onde está poscionado, mas “através de um aplicativo por smartphone”.

Edgar Bortolini deu a orientação técnica para a Lap Eletrônica Ltda, de Porto Alegre, que construiu o protótipo. Dono da empresa, o engenheiro eletrônico Lucas Puricelli lembrou que o aparelho ficaria fixado em um presídio, criando então a zona de exclusão aérea. “Quando o drone se aproxima, o equipamento acorda e joga uma espécie de ruído, como se fosse uma onda de rádio”, sintetizou. O drone recebe a interferência e, “confuso”, acaba caindo no solo. “A ideia é fazer com que o equipamento seja completamente autônomo para não depender um apagão”, assinalou, citando até o uso da energia solar. O engenheiro eletrônico confirmou a disposição de ceder o protótipo à SSP visando a realização de testes.

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