Governo lança grupo de inteligência contra vandalismo em protestos

Governo lança grupo de inteligência contra vandalismo em protestos

Força integrada reunirá PF e secretarias de segurança de Rio de Janeiro e São Paulo

Correio do Povo

Força integrada reunirá PF e secretarias de segurança de Rio de Janeiro e São Paulo

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Um grupo de inteligência integrado por Polícia Federal e Segurança Pública de São Paulo e Rio de Janeiro foi anunciado nesta quinta-feira pelo Ministério da Justiça. O objetivo será analisar cenários e estratégias para conter manifestações violentas nas capitais dos dois estados.

Durante a tarde, o ministro José Eduardo Cardozo, o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, e os secretários José Mariano Beltrame (RJ) e Fernando Grella (SP) se reuniram em Brasília para discutir o assunto. Posteriormente, foi dada coletiva para explicar a atuação do grupo.

Cardozo destacou que será definido um protocolo único para a polícia nesses dois estados, que será divulgado à sociedade. Está prevista ainda discussão com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de alterações na legislação a fim de coibir os excessos.

Também participaram do encontro diretores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). O ministro ressaltou que as ações de inteligência não se destinam a acompanhar movimentos sociais, e sim “pessoas que se organizam com o claro propósito de infringir a lei”. De acordo com ele, será feita recomendação aos demais estados que lidam com o problema para que criem grupos operacionais semelhantes, reunindo polícia e Judiciário.

“Já temos trabalho cotidiano e rotineiro de troca de informações. A ideia é estreitar ainda mais esses laços. Vamos dialogar inclusive com movimentos sociais. Acreditamos que eles terão interesse em se diferenciar dos grupos que querem desfigurar sua ação”, ressaltou o ministro.

Para os secretários de Segurança, as alterações na legislação são essenciais para combater abusos. Fernando Grella propôs aumento da pena para casos de agressão a policiais. “Há pena maior para agressão a menor de 14 anos e maior de 60 anos. Deve ser objeto de atenção se não seria o caso de dar o mesmo tratamento para a figura do policial quando é agredido em razão do exercício da função", opinou. Grella defendeu também elevação da pena para dano ao patrimônio. Atualmente, a punição é reclusão de seis meses. Para José Mariano Beltrame, “o policial precisa ter garantia de que, quando apresenta alguém na delegacia, aquilo efetivamente terminará em ação penal”.

Desde o estopim dos protestos pelo Brasil, em junho, Rio de São Paulo tiveram diversos casos de vandalismo, principalmente com mascarados infiltrados em manifestações pacíficas que iniciaram depredações e saques. Além dos pleitos contra a política nacional, protestos contra violência policial e por mortes no trânsito também descambaram para atos de vandalismo.

Na mais recente, a rodovia Fernão Dias, em São Paulo, foi bloqueada após a morte de um adolescente, alvejado por policial. Um ônibus e dois caminhões foram incendiados e dezenas de pessoas presas.

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