Grupo anárquico pode ter cometido mais de 20 ataques em Porto Alegre

Grupo anárquico pode ter cometido mais de 20 ataques em Porto Alegre

Cerca de 30 pessoas participam da organização criminosa

Correio do Povo

Operação Érebo apreendeu provas contra grupo suspeito de atacar viaturas e sedes de partidos políticos em Porto Alegre

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A organização criminosa que se autointitula anarquista começou a ser investigada, em 2016, após dois ataques contra viaturas da 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre e uma pichação alusiva ao uso de coquetel molotov. Segundo o delegado Paulo César Jardim, o grupo seria responsável por ataques incendiários na Capital desde 2013. O trabalho investigativo não tratou, por exemplo, de “ideologias e partidos”.

O delegado Paulo César Jardim observou que o número de ataques podem passar de 20 devido à análise do material apreendido que trouxe novas informações. É o caso de uma tentativa de incêndio em janeiro de 2016 contra um tanque do Exército Brasileiro, colocado para exibição pública no cruzamento das avenidas Ipiranga com Salvador França. O titular da 1ªDP disse que os envolvidos registraram os ataques cometidos, o que servirá inclusive agora como prova.

Em torno de 30 envolvidos, todos universitários, estão sendo investigados, mas os mais ativos nos ataques ficam entre 10 e 12. Quem for indiciado responderá por “tentativa de homicídio, formação de quadrilha e uso de explosivo incendiário”. Os suspeitos não foram localizados durante a operação Érebo que cumpriu dez mandados de busca e apreensão na quarta-feira passada em Porto Alegre, Viamão e Novo Hamburgo.

• Polícia considera questão de tempo prender suspeitos de atacar partidos

Na investigação havia sido contabilizado um total de dez ataques incendiários e uma agressão contra uma pessoa. No total são 11 inquéritos instaurados. Como arma, os suspeitos empregavam coquetéis molotov. O primeiro ataque ocorreu em 2013 no estacionamento da Secretaria da Segurança Pública, perto da Rodoviária, quando três viaturas da Brigada Militar foram incendiadas. Em 2014 foram quatro viaturas nova da BM destruídas pelo fogo e outras seis parcialmente atingidas no pátio da Academia de Polícia Militar, no bairro Aparício Borges.

Em 2016, os ataques foram intensificados, iniciando pelos atentados contra as sedes dos partidos DEM, no bairro Menino Deus, e PSD, no bairro Cidade Baixa. No mesmo ano, a revenda de veículos Iesa, no cruzamento das avenidas Érico Veríssimo e Azenha, no bairro Azenha, foi o alvo, resultando em uma faxineira ferida. Houve ainda vandalismo no Monumento ao Batalhão Suez, na Praça dos Açorianos. A agência do Santander na rua Ramiro Barcelos, no bairro Independência, também foi visada pelo grupo.

No mesmo ano, ocorreram outros dois ataques contra as viaturas da 1ª DP. “Em um deles quase mataram um policial”, lembrou o delegado Paulo César Jardim, referindo-se ao artefato explosivo com temporizador que havia sido colocado em um dos veículos usados pelos agentes. O dispositivo, porém, falhou. A mais recente agressão foi registrada em julho deste ano, em uma tentativa de incendiar o automóvel BMW, do Consulado da Alemanha, estacionado na rua General Vitorino, no Centro. Agentes penitenciários passavam pelo local e apagaram as chamas.

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