Grupo criminoso envolvido em morte de jovem com bala perdida é alvo de operação em Porto Alegre
Ofensiva mira gangue da Restinga que participou do tiroteio que matou Camilla Lopes Fruck, 25 anos, em novembro do ano passado

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Uma das duas gangues envolvidas na morte de uma jovem no extremo Sul de Porto Alegre, em novembro do ano passado, foi alvo da Polícia Civil e Brigada Militar nesta terça-feira. O assassinato ocorreu em meio a um tiroteio entre grupos rivais no bairro Restinga, onde Camilla Lopes Fruck, 25 anos, foi atingida na cabeça por uma bala perdida. Ela não tinha qualquer relação com o entrevero dos criminosos.
Os trabalhos nesta manhã resultaram na prisão de quatro suspeitos. Além disso, foram apreendidos entorpecentes e dois fuzis.
Batizada de Operação Para Bellum, a ofensiva somou 260 policiais civis e militares, que cumpriram 41 ordens judiciais, sendo quatro mandados de prisão preventiva e 37 buscas. A ação decorreu de investigações da 4ª Delegacia de Homicídios da Capital (DHPP), em parceria com a unidade especializada de Canoas.
De acordo com o delegado titular da 4ª DHPP, André Freitas, as diligências na Região Metropolitana aconteceram porque o grupo criminoso da Restinga também teve envolvimento em um ataque a tiros em Canoas. O atentado ocorreu no dia 25 de janeiro deste ano, quando dois homens, de 36 e 37 anos, foram baleados no bairro Rio Branco. Ambos sobreviveram.
"Nossa apuração indicou que os criminosos da Restinga foram contratados por uma liderança do tráfico para efetuar um ataque em Canoas. O chefe da facção ligou de dentro da cadeia ao bando da Restinga, com o objetivo de encomendar a morte de rivais”, explicou o titular da 4ª DHPP.
Ainda de acordo com o delegado André Freitas, no último domingo, o mesmo bando também efetuou disparos contra dois jovens no bairro Restinga. As vítimas, 18 e 15 anos, permanecem hospitalizadas desde então.
Relembre a morte por bala perdida na Restinga
A morte de Camilla Lopes Fruck, 25 anos, ocorreu na madrugada de 16 de novembro do ano passado, na Esplanada da Restinga. Conforme apuração policial, por volta das 4h, duas gangues rivais que atuam na região tinham entrado em confronto na saída de uma festa, e mais de 20 tiros foram desferidos.
Camilla foi atingida por um disparo na cabeça enquanto estava com uma amiga no interior de um veículo. Elas aguardavam dois rapazes, que tinham desembarcado momentos antes para comprar bebidas em um estabelecimento.
Quatro dias depois, no dia 20 de novembro, foi preso o suspeito de disparar a bala perdida que matou a jovem. O investigado, um jovem de 19 anos, estava escondido na casa de familiares, em Butiá, na Região Carbonífera.
O atirador soma antecedentes por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e lesão corporal. A arma utilizada no crime, um revólver .357, foi apreendido em posse de uma mulher, abordada na Restinga horas após o tiroteio.