Grupo criminoso tem R$ 22 milhões bloqueados em operação nos vales do Sinos e Paranhana
Operação Escobar mira suspeitos ligados a facção
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Cerca de 250 agentes da Polícia Civil integraram a Operação Escobar, deflagrada nesta quarta-feira nos vales do Sinos e do Paranhana. O alvo foi um grupo criminoso responsável por lavar dinheiro oriundo de roubo, tráfico de drogas e extorsão. Três pessoas foram presas e houve bloqueio de R$ 22 milhões em contas bancárias.
O montante da obstrução financeira é referente a 22 suspeitos identificados. Isso porque foi bloqueado R$ 1 milhão de cada um deles. Também ocorreram sequestros de 30 veículos e mais nove imóveis, entre casas e propriedades rurais.
Foram cumpridos 48 mandados de busca e 10 ordens de prisão preventiva em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Nova Hartz e Taquara, Dois Irmãos, Capela de Santana, Ivoti, Estância Velha, Parobé e Esteio. Ainda ocorreram diligências em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
A ofensiva, coordenada pela 1ª DP de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), decorre de três anos de monitoramento dos suspeitos. A suspeita é que eles atuavam como laranjas para uma facção.
O esquema seria comandado por um criminoso de 52 anos, apontado como chefe do tráfico de drogas no bairro Canudos, em Novo Hamburgo. Uma rede de comparsas e estabelecimentos comerciais é investigada por ocultar valores ilícitos sob ordens dele. O homem está foragido.
É o caso de uma reciclagem de metais, também no bairro Canudos. A investigação aponta que, apesar da carteira de trabalho assinada, os empregados atuavam como funcionários fantasmas, sem exercer função presencial. Também foram detectados valores, tanto nas contas bancárias deles como em movimentações financeiras da empresa, incompatíveis com o lucro gerados ali.
Ainda em Novo Hamburgo, outro local sob apuração da Polícia Civil é uma revenda de automóveis na rua Ignácio Treis, no bairro Ideal, às margens da BR 116. Integrantes da facção utilizavam a loja para trocar veículos rotineiramente.
A prática seria um método para dificultar o monitoramento dos investigados e turbinar a dispersão de dinheiro sujo. Também servia ao mesmo fim a aquisição de fazendas e imóveis de alto valor, sempre em nome de laranjas