Polícia

Grupo que extorquia clientes de motéis em Porto Alegre é alvo de nova operação

Esquema era coordenado por detentos em Charqueadas

Prisão de suspeito de extorquir clientes de motéis em Porto Alegre
Prisão de suspeito de extorquir clientes de motéis em Porto Alegre Foto : Polícia Civil / CP

A Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE/DERCC) deflagrou nesta sexta-feira a segunda fase da Operação Segredo de Alcova, visando desarticular uma associação criminosa que extorquia vítimas após fotografar seus veículos na saída de motéis em Porto Alegre. Oito pessoas foram presas preventivamente, em diligências nas cidades de Eldorado do Sul, São Leopoldo e Charqueadas.

Segundo a Polícia Civil, o esquema criminoso tinha início com a vigilância e o registro fotográfico e em vídeo de veículos, principalmente de alto padrão, na entrada e saída de motéis. De posse dessas imagens, os criminosos utilizavam técnicas de engenharia social e aplicativos para obter dados pessoais das vítimas, como nomes completos, números de telefone e informações sobre seus familiares.

Em um segundo momento, os criminosos, passando-se por detetives particulares, contatavam as vítimas no WhatsApp. Eles alegavam terem sido contratados pelos respectivos cônjuges para investigar uma suposta traição e ameaçavam expor o material fotográfico aos familiares. Para garantir o silêncio, exigiam pagamentos via Pix, cujos valores variavam, chegando a R$ 15 mil.

A apuração policial identificou uma clara divisão de tarefas entre os membros do grupo, conectando operadores externos a um núcleo de criminosos violentos, recolhidos em diferentes unidades prisionais em Charqueadas, que orquestravam a parte técnica e executavam os crimes.

Um detento de 32 anos atuava como o coordenador técnico do golpe. De dentro da prisão, ele realizava as consultas de dados dos veículos e de seus proprietários. Possui extensa ficha criminal, com passagens por extorsão, estelionato, homicídio doloso, roubo de veículo e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Em outra unidade prisional, a investigação identificou um núcleo que operava a partir de uma única cela. Três detentos atuavam em conjunto na execução das extorsões. Um deles possui antecedentes por roubo de veículo, homicídio doloso, estelionato e tráfico de entorpecentes. Outro acumula passagens por homicídio doloso, roubo, extorsão e organização criminosa. Por fim, o terceiro tem antecedentes por roubo de veículo e porte ilegal de arma, além de atos infracionais na adolescência por homicídio e tráfico.

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