"Hoje não teve erro", diz Witzel sobre ação da polícia em sequestro de ônibus

"Hoje não teve erro", diz Witzel sobre ação da polícia em sequestro de ônibus

Governador do Rio de Janeiro deu entrevista após caso que terminou com a morte do sequestrador

Correio do Povo, Agência Brasil e R7

Coletivo ficou atravessado em rodovia federal e trânsito foi bloqueado no sentido da capital fluminense

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Autoridades do Estado do Rio de Janeiro se reuniram com o governador Wilson Witzel (PSC) na tarde desta terça-feira para falar com jornalistas sobre o sequestro de um ônibus na ponte Rio-Niterói. Em entrevista coletiva no Palácio Guanabara no fim da manhã, Witzel garantou lamentar a morte do responsável pelo crime, Willian Augusto da Silvam, por um snipper, e afirmou que fez uma oração após o disparo. “Se erros acontecem, nós temos que corrigi-los. Hoje não teve erro”, disse. 

O governador explicou seus gestos de euforia assim que desceu de um helicóptero ao chegar no local. "Não me contive, porque nenhum refém morreu. Naquele momento estava feliz por ver atuação dos PMs. E a população que estava ali ao redor estava agradecendo que as vítimas tinham sido poupadas. Eu celebrei a vida Em nenhum momento vou manifestar alegria pela morte de quem quer que seja", relatou, completando que o sequestrador, de 20 anos, mostrava “perturbação mental” durante as conversas com os negociadores.

"Ele dizia que queria parar o Estado", comentou. Conforme o chefe do Executivo carioca, o sequestrador se preparava para atear fogo no coletivo. "Tivemos que usar atiradores de elite para neutralizar um homem que ameaçada dezenas de vidas. Eu estive no local, subi no ônibus e vi que havia um cheiro forte de gasolina. Ele pendurou no teto do ônibus garrafas PET cortadas com gasolina e tinha um isqueiro na mão quando foi abatido. D que ficou no local do crime e foi recolhido pela polícia. Pronto para incendiar o veículo", continuou.

Witzel também afirmou que falou com familiares do jovem para tentar saber o que poderia ter motivado a ação. “Vamos ouvir os familiares, os reféns, para entender o tipo de motivo que levou a pessoa a praticar esse ato. Estamos acolhendo a família do agressor. A mãe está muito abalada, se perguntando onde errou e eu disse que nós vamos ajudá-la a superar esse momento difícil”, falou. William não tinha antecedentes criminais e parentes relataram que ele estava em surto psicótico há três dias. A arma encontrada com ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo.

Ele ainda voltou a defender que pessoas portando fuzis possam ser abatidas por atiradores de elite e informou que vai provocar o Supremo Tribunal Federal para que seja dado um entendimento jurídico nesse sentido. "Eu quero extrair o entendimento de que quem porta fuzil é ameaça iminente, não podemos esperar ele atirar primeiro. A sociedade precisa tomar essa decisão, vamos provocar o STF para ter esse entendimento jurisdicional. Se esse de hoje pode ser abatido, porque não quem está com um fuzil?", questionou.

"Foram disparados os tiros necessários"

Segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), tenente-coronel Maurílio Nunes, responsável pela ação, as negociações por telefone não avançaram e a psicóloga presente no local identificou em William um perfil psicótico, o que, segundo ele, levou a polícia a iniciar a "negociação tática" que culminou nos disparos fatais. "No contato, ele alegou que queria se matar, iria se atirar da ponte, estava difícil manter a negociação, ele saiu do ônibus e apontou a arma para uma vítima. Sempre tomamos por princípio que a arma era real. O ônibus estava engatilhado, com garrafas PET com gasolina penduradas e ele tinha um isqueiro, então a ameaça era real. A negociação passou para tática, comandada por mim".

Por motivo de sigilo no inquérito, Nunes não revelou quantos atiradores participaram da ação nem quantos tiros foram disparados. "Foram disparados os tiros necessários para ele parar. Ele também tinha uma faca e uma arma de choque", informou o tenente-coronel. William foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, mas não há informações se ele chegou com vida ou já morto à unidade de saúde. A Polícia Civil assumiu a ocorrência e a Delegacia de Homicídios da capital será a responsável por conduzir o inquérito, que está em sigilo.


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