Homem é condenado a 50 anos de prisão pela morte dos pais em Bom Jesus

Homem é condenado a 50 anos de prisão pela morte dos pais em Bom Jesus

Gomercindo Rodrigues da Silva Filho, de 61 anos, e Maria do Carmo Fonseca da Silva, de 58, foram esfaqueados e mortos por Mateus Fonseca da Silva

Marcel Horowitz

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Um júri popular nos Campos de Cima da Serra condenou Mateus Fonseca da Silva pelo assassinato dos pais - Gomercindo Rodrigues da Silva Filho, de 61 anos, e Maria do Carmo Fonseca da Silva, de 58 - a 50 anos e dois meses de reclusão. Os homicídios ocorreram na propriedade rural onde as vítimas residiam, na ERS 110, em Bom Jesus. Presidido pelo juiz Fernando Gustavo Meireles Baima, o julgamento teve início às 9h e se encerrou às 21h30min dessa segunda-feira.

Foram ouvidas dez testemunhas, seis de acusação e quatro de defesa. O réu vai cumprir pena por dois homicídios qualificados (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa dos pais), e por dois furtos na localidade. Os crimes foram agravados por terem sido praticados contra ascendentes maiores de 60 anos, com o autor se prevalecendo do fato de morar com as vítimas.

Segundo a denúncia, em 11 de junho de 2019, o réu entrou no quarto do casal, matou o pai e a mãe com golpes de faca no pescoço e com tiros de revólver na cabeça. O criminoso vivia com os pais há um mês e fazia tratamento contra o uso de drogas. Os corpos foram encontrados no local, dois dias depois do crime, pelo tio do réu. No mesmo dia, o assassino foi localizado e permaneceu preso desde então.

"Ele era dependente de crack, por isso o pai acompanhava ele, na ida e na volta, ao emprego. Um dia, voltando do trabalho, ele pediu uma arma para trocar por drogas e o pai não concordou. Ele ficou acordado, esperou os pais irem dormir e, então, os matou. A mãe, ele matou a facadas e o pai, com um tiro na cabeça", declarou o delegado regional da 25ª Região Policial, Carlos Alberto Defaveri, que efetuou a prisão do criminoso e também coordenou as investigações do caso.

Na fase de instrução do processo, o acusado alegou que entrou no quarto dos pais para apartar uma briga entre eles. Mateus disse não ter matado a mãe, somente o pai, em legítima defesa.

Defaveri, no entanto, desmente a versão alegada pelo réu. De acordo com o delegado, o criminoso admitiu ter matado as duas vítimas. "É mentira. Inicialmente, quando vimos aquela cena tenebrosa, pensados que podia se tratar de um latrocínio. Mas depois, quando ele foi identificado e preso, conversamos pessoalmente e ele contou tudo. Ele relatou, de forma fria, tudo o que aconteceu", destacou.

Segundo o Ministério Público, após os homicídios, o réu ainda furtou uma motoserra e um revólver do pai, além de outros objetos de outra pessoa que residia no local, como rifle, espingarda, pistola e motoserra. Conforme a denúncia, o réu trocou os objetos por drogas. Durante o processo, laudos psiquiátricos concluíram que ele é totalmente capaz de compreender a ilicitude dos atos que praticou.



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