IGP conclui perícia em notebook e computador do "maníaco do ácido" em Porto Alegre

IGP conclui perícia em notebook e computador do "maníaco do ácido" em Porto Alegre

Resultado da análise reforçou a hipótese de premeditação do crime

Correio do Povo

Trabalho da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Perícias foram fundamentais para elucidar caso

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O Instituto-Geral de Perícias (IGP) anunciou na manhã desta segunda-feira a conclusão dos exames realizados em um notebook e um computador apreendidos com o empresário de 48 anos de idade, acusado de ser o “maníaco do ácido” que atacou e feriu cinco vítimas nos dias 19 e 21 de junho deste ano nos bairros Nonoai e Aberta dos Morros, na zona Sul de Porto Alegre. Nos dois equipamentos, os peritos encontraram “pesquisas sobre tipos de ácidos, substâncias causadoras de queimaduras e fabricantes de produtos químicos”. Cinco dias depois do primeiro ataque, ocorrido no dia 19 de junho, o IGP apurou que pelo menos 18 pesquisas sobre o crime foram realizadas pelo acusado em diversos sites a partir do dia 23 de junho. “Também foram encontrados no disco rígido registros que sugerem interesse do usuário em espionagem, como rastreamento de celular, rastreamento veicular e escutas de ambiente”, destacou a instituição, lembrando que a medida protetiva obtida pela ex-companheira do empresário havia sido acatada pela Justiça justamente com base na denúncia de espionagem.

O caso foi investigado pela 13ª DP. O delegado Luciano Coelho declarou que os laudos periciais agora encaminhados pelo IGP reforçam as provas que estão no inquérito, com cerca de 600 páginas, já remetido à Justiça. Ele disse que ficou comprovada ainda mais a premeditação do crime, citando como exemplo que o computador continha salvo a redação da carta de ameaças e incitação de novos ataques que foi arremessada com uma pedra no pátio de uma residência na rua Dona Zulmira, no bairro Cavalhada.

“A premeditação é um elemento a mais de prova. Ele tem várias pesquisas sobre qual o ácido mais apropriado para jogar nas pessoas e causar lesões”, destacou. A substância usada foi o ácido sulfúrico, cujas amostras foram analisadas dentro de dois frascos de desodorantes recolhidos quando o acusado foi detido.

Dono de empresa de turismo, o empresário foi preso na operação Arrhenius no dia 7 de outubro em Curitiba, no Paraná. Na ocasião, os policiais civis apreenderam também um par de luvas, dois celulares, cinco cartões de chip, um notebook, três livros de autoajuda e uma pochete com ferramentas, entre outros objetos. Na ação foi cumprido mandado de prisão preventiva e outros três mandados de busca e apreensão em Curitiba e Almirante Tamandaré, no Paraná, bem como em Porto Alegre. No momento do interrogatório, o acusado não quis falar e vai manifestar-se somente em juízo apesar ter admitido informalmente a autoria do crime.

A investigação da 13ª DP considerou que a principal suspeita para a motivação dos ataques, desferidos em vítimas aleatórias nas ruas Santa Flora e Francisca Prezzi Bolognese, é de que o empresário pretendia assustar a ex-companheira, mostrando que Porto Alegre era uma cidade violenta. Ele queria que a ex-companheira fosse morar com ele em Curitiba. Para cometer os ataques, o acusado alugou um Hyundai HB20 e dois Renault Logan.


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