Inquérito revela que associação do tráfico lucrava R$ 2 milhões por mês com cocaína

Inquérito revela que associação do tráfico lucrava R$ 2 milhões por mês com cocaína

Dezessete veículos, oito casas e dois apartamentos foram adquiridos pela quadrilha

Correio do Povo

Inquérito revela que associação do tráfico lucrava R$ 2 milhões por mês com cocaína

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O inquérito-mãe da Operação Clivium, deflagrada contra uma organização criminosa que teve mais de 100 integrantes presos em 2015, foi concluído pela Polícia Civil e será remetido à Justiça. Na documentação, que reuniu cerca de 8 mil páginas distribuídas em 31 volumes, há o relato dos ganhos da quadrilha. Conforme o delegado Marco Antonio Duarte de Souza, a organização movimentava à época cerca de R$ 2 milhões por mês somente com a comercialização de cocaína, vinda do Paraguai.   



“Trata-se do lucro do tráfico do dia a dia”, frisou. “A Operação Clivium foi desmembrada em mais de outros 50 inquéritos”, revelou Souza, referindo à apuração de tráfico de drogas, homicídios, armas, sequestro, lavagem de dinheiro e corrupção de menores, entre outros crimes.  

Conforme o inquérito, mais de R$ 1,1 milhão foram lavados através da compra, em nome de terceiros, de 17 veículos, oito residências, dois apartamentos, duas motocicletas, um terreno, um estabelecimento comercial e dois caminhões-cegonhas, entre outros bens. Houve 11 indiciados nesta etapa conclusiva.

Investigação é de 2014 

A investigação da Operação Clivium começou em julho de 2014 tendo como alvo uma organização criminosa que atua sobretudo em Gravataí e Cachoeirinha. A ação operacional ocorreu em 25 de junho de 2015 com o cumprimento de 107 mandados de prisão e de outros 90 mandados de busca e apreensão por parte de mais der 600 policiais civis.

Ao longo do trabalho investigativo foram capturados mais de 100 criminosos, com recolhimento de armamento e entorpecente. Os principais líderes e gerentes do grupo criminoso permanecem recolhidos no sistema prisional desde 2015.

Caveirão da Morte 

No período, os agentes descobriram a existência do Caveirão da Morte que servia para execuções da organização criminosa. O delegado Eduardo Hartz recordou que tratava-se de um Honda Civic “preparado para o crime” pois era “um carro com blindagem artesanal interna com furos no porta-malas que permitia a lavagem após os homicídios que ali ocorreram”.

De acordo com Hartz, foram identificadas pelo menos duas vítimas assassinadas dentro do veículo que acabou apreendido e periciado. A Operação Clivium foi iniciada pela 1ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana mas atualmente está na Delegacia Regional de Porto Alegre por designação da direção do Departamento de Polícia Metropolitana. O trabalho teve apoio do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil.

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