Inquérito sobre "Cartel de Garopaba" é concluído com indiciamento de 46 pessoas

Inquérito sobre "Cartel de Garopaba" é concluído com indiciamento de 46 pessoas

Traficantes gaúchos e catarinenses abasteciam facções de todo o país com entorpecentes

Correio do Povo

Em quatro meses, quadrilha negociou drogas no valor de R$ 2 milhões, além de armas de calibres restritos

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O inquérito da megaoperação All In, deflagrada pelas forças policiais civis estaduais gaúchas e catarinenses, foi concluído. Remetido agora à Comarca de Garopaba, em Santa Catarina, o documento têm 2.677 páginas em 14 volumes, com mais de 10 mil imagens analisadas, sobre uma organização de narcotráfico que atuava no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso do Sul. O chamado “Cartel de Garopaba”, formado por narcotraficantes gaúchos e catarinenses, abastecia com entorpecentes as facções criminosas de todo o país. Houve o indiciamento de 46 criminosos. Eles vão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, receptação de veículo, porte ilegal de arma e munição de uso restrito, organização criminosa e o agravante de aumento de pena por se tratar de tráfico interestadual.

A fase mais incisiva da operação, após 11 meses de investigação, foi deflagrada em 22 de novembro do ano passado, sendo cumpridas 98 ordens judiciais por cerca de 200 agentes nos três estados. No RS, a ação teve 31 mandados executados em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, São Leopoldo e Passo Fundo. A coordenação local foi do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). A ação estendeu-se ainda em São José, Florianópolis, Palhoça, Imbituba e Garopaba, em SC, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

Houve o recolhimento de armamento, entorpecentes, veículos de luxo e dinheiro, além de mais de 30 prisões. Considerado um dos fundadores do “Cartel de Garopaba”, o traficante gaúcho Playboy, de 37 anos, foi capturado na praia catarinense do Rosa, em Imbituba, onde vinha construindo uma pousada sobretudo para a lavagem de dinheiro. Já o outro fundador, conhecido como Furtado, encontra-se recolhido no sistema prisional.

As investigações começaram a partir do flagrante de 2,85 toneladas de maconha no início do ano passado em Garopaba. Na ocasião, veículos de luxo e cerca de R$ 80 mil em dinheiro foram recolhidos juntos com a droga. Ao longo do trabalho investigativo foram identificados os 46 integrantes da organização criminosa que, em apenas quatro meses, negociou drogas no valor de R$ 2 milhões, além de armas de fogo de calibres restritos, como fuzil 762 e pistolas 40. Havia ainda lavagem de dinheiro através da aquisição de bens patrimoniais.

Os entorpecentes vinham das fronteiras do Paraná com o Paraguai e do Mato Grosso do Sul com a Bolívia. Durante o trabalho investigativo foi constatada também a existência de contas bancárias, algumas das quais receberam em média valores mensais de R$ 100 mil e outras que movimentaram em menos de cinco meses quantias que extrapolaram R$ 1,2 milhão.

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