Inquérito sobre queda de carrinho de montanha-russa em Imbé é concluído pela Polícia Civil

Inquérito sobre queda de carrinho de montanha-russa em Imbé é concluído pela Polícia Civil

Houve indiciamento dos donos de duas empresas e o responsável técnico pelo brinquedo por lesões corporais, além da constatação de ausência de documentação e da falta de treinamento do operadores do equipamento

Correio do Povo

Acidente ocorreu em 8 de fevereiro deste ano

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A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a queda de um carrinho de montanha-russa em um parque de diversões na noite de 8 de fevereiro deste ano na avenida Nilza Costa Godoy, às margens do rio Tramandaí, em Imbé, no Litoral Norte. O acidente deixou quatro pessoas feridas, sendo duas mulheres de 25 anos, um homem de 32 anos e uma criança de nove anos de idade.

A investigação foi conduzida pelo delegado Antônio Carlos Ractz Júnior. “Após a coleta de farta prova documental, testemunhal e pericial, concluímos que a conduta adotada pelos proprietários das duas empresas e pelo engenheiro mecânico responsável foi dolosa e não culposa”, explicou.

“Eles assumiram o risco de produzir esses resultados e então foram indiciados por duas lesões corporais de natureza leve, uma de natureza leve majorada pela criança e outra de natureza grave com relação à vítima que ainda não está capaz de trabalhar e passou por várias cirurgias”, acrescentou.

“A perícia mecânica do Departamento de Criminalística do Instituto-Geral de Perícias concluiu que o excesso e a má distribuição de peso é que causaram o descarrilamento desse carrinho e posterior capotamento”, revelou. Ele observou que havia “um certo desequilíbrio" decorrente da posição de cada passageiro dentro do carrinho.

O delegado Antônio Carlos Ractz Júnior disse ainda que, durante o trabalho investigativo, o operador do equipamento “afirmou que não era necessário o uso de cinto de segurança”. Duas vítimas utilizaram mesmo assim o cinto de segurança e não tiveram lesões graves. “As outras foram projetadas para fora do carrinho”, frisou o titular da DP de Imbé.

“Na análise de toda a documentação, em especial das normas técnicas da ABNT, constatamos que o parque não possuía documentos obrigatórios, como prontuário do equipamento, manual de instruções e livro de registros”, complementou.

“A montanha-russa não estava bem nivelada e estável. Ela estava, na tentativa de nivelada, com pequenos tacos de madeiras, sem segurança alguma. Não havia supervisão direta do responsável técnico”, apontou. “Os operadores do brinquedo não possuíam treinamento adequado e nem davam instruções claras ao público”, salientou. “Aquele carrinho já apresentava problemas”, recordou, referindo-se às imagens recebidas de outras situações ocorridas com o brinquedo.

“Constatamos também que o município de Imbé oportunizou que empresas pudessem explorar aquela área para parque de diversões. Só teve uma empresa interessada e se habilitou, mas colocou outra empresa para explorar, o que é vedado”, esclareceu sobre a irregularidade encontrada. O parque, que chegou a ter as instalações interditadas, mudou-se depois para Santa Catarina.  


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