Júri de réus por morte de família após briga de trânsito no Lami tem áudio de vítima pedindo socorro

Júri de réus por morte de família após briga de trânsito no Lami tem áudio de vítima pedindo socorro

MP veiculou ligação de vítima ao 190 em julgamento de mãe e filho envolvidos em triplo homicídio

Marcel Horowitz

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Teve início nesta segunda-feira o júri da mãe e do filho réus pela morte de três pessoas da mesma família. As vítimas foram mortas após uma briga de trânsito em janeiro de 2020, no bairro Lami, na zona Sul de Porto Alegre. Autor confesso dos disparos, Dionatha Bitencourt Vidaletti responde por três homicídios triplamente qualificados e por porte ilegal de arma de fogo. Ele está preso preventivamente. Neuza Regina Bitencourt Vidaletti está sendo julgada por um disparo que efetuou.

O júri é presidido pela juíza Anna Alice Schuh no Foro Central de Porto Alegre. O conselho de sentença é formado por sete juradas. A previsão é de que o julgamento dure dois dias. Serão ouvidas cinco testemunhas de acusação e uma testemunha de defesa

De acordo com o Ministério Público, as vítimas retornavam de um aniversário em um Citroën Aircross quando colidiram na lateral do carro dos réus, uma caminhonete Ford Ecosport estacionada.

A denúncia sustenta que a família não quis parar e foi perseguida pelos acusados. Quando as vítimas estacionaram, houve uma discussão. A ré teria sacado um revólver e efetuado um disparo no chão. O réu então arrancou a arma da mão dela e atirou contra a família. 

Foram mortos a tiros Fabiana da Silveira Innocente Silva, de 44 anos, e Rafael Zanetti Silva, de 45, além do filho Gabriel, de 20. A namorada do jovem e o irmão dele, então com oito anos, assistiram ao crime. 

No início da sessão, a promotora Lúcia Helena Callegari reproduziu o áudio de uma das vítimas pedindo socorro em uma ligação ao 190. É possível ouvir disparos de arma de fogo ao final da gravação. "É um crime bárbaro, um processo muito triste. Me chama a atenção o fascínio que a família do réu tinha por armas e a sucessão de fatos levando à morte três pessoas desarmadas", afirmou a promotora. 

A primeira testemunha de acusação a falar foi o delegado Rodrigo Pohlman Garcia, responsável pela investigação. O policial declarou que o revólver utilizada no crime pertencia ao pai do réu. Ele também fez uma análise da precisão do manuseio da arma. "Ele poderia ter atirado em outra direção. Os disparos dele foram direcionados às vítimas e em áreas letais do corpo", destacou. 

O advogado de defesa Cristiano da Rosa sustentou que os réus agiram em legítima defesa. Ele também apresentou laudo da necropsia as vítimas, defendendo que a posição delas no momento dos disparos não condiz com uma execução. 


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