Júri de três skinheads que atacaram jovens judeus começa nesta terça-feira em Porto Alegre

Júri de três skinheads que atacaram jovens judeus começa nesta terça-feira em Porto Alegre

Vítimas foram atacadas em maio de 2005 na esquina das ruas Lima e Silva e da República, no bairro Cidade Baixa

Correio do Povo

Outros cinco acusados já foram condenados em 2018 e 2019

publicidade

Começa na manhã desta terça-feira em Porto Alegre o julgamento de três dos 14 denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande (MPRS) por tentativa de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) cometido contra um jovem em processo de conversão ao judaísmo. A estimativa é de que o julgamento se estenda por três dias.

Atuarão no plenário dos grandes júris, localizado no 2° andar do Foro Central I, os promotores de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari e Luiz Eduardo Azevedo. Serão ouvidas 11 testemunhas, sendo cinco arroladas pela assistência à acusação e outras seis pelas defesas), além das três vítimas e interrogados os três réus.

Atuarão, pelo MPRS, os Promotores de Justiça Luiz Eduardo Azevedo e Lúcia Helena de Lima Callegari. Como advogados da assistência à acusação atuarão Helena Druck Sant Anna, Helio Neumann Santanna e Victor Luiz Barcellos Lima. Já as defesas dos réus serão realizadas pelos advogados Gustavo Saar Gemignani, Manoel Pedro Silveira Castanheira,Keila Bernardi, José Paulo Schneider dos Santos, Matheus da Silva Antunes, João Augusto Ribeiro Kovalski e Rodrigo de Lima Noble.

Conforme o MPRS na madrugada de 8 de maio de 2005, os réus tentaram matar, com golpes de faca, socos e chutes, a vítima que caminhava na esquina das ruas Lima e Silva e da República, no bairro Cidade Baixa, na Capital. O jovem usava um quipá, pequeno chapéu em forma de circunferência, usado pelos judeus. Ele estava acompanhado de dois amigos judeus.

Os agressores se identificavam como skinheads, movimento de ideologia neonazista, e queriam marcar os 60 anos da queda do Terceiro Reich com algum ato. Então, quando avistaram o trio de amigos, os réus partiram para cima. Um foi esfaqueado e dois conseguiram escapar buscando refúgio dentro de um bar. Um dos amigos somente não foi assassinado porque pessoas que estavam por perto intervieram e chamaram atendimento médico.

Outros cinco agressores foram condenados em março de 2019 e em setembro de 2018.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895