"Jamais havia atirado em carro com reféns", diz delegado

"Jamais havia atirado em carro com reféns", diz delegado

Tiro que matou agricultor em Gravataí partiu da arma de Leonel Carivali

Correio do Povo

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"Jamais havia atirado em carro com reféns", afirmou o delegado regional metropolitano, Leonel Carivali, ao falar sobre o "estouro" do cativeiro em Gravataí que resultou na morte de um empresário. “Foi uma fatalidade”, desabafou o policial em entrevista à Rádio Guaíba nesta segunda-feira.

Carivali ressaltou que disparou em legítima defesa na operação em que o empresário paranaense Lírio Persh era mantido refém. A vítima morreu em função do disparo que partiu da arma do delegado. Carivali afirmou que atirou contra um dos suspeitos, mas que parte dos disparos havia atingido a lateral do veiculo onde criminosos e reféns estavam.

“Estávamos fazendo levantamento das características dos veículos envolvidos no seqüestro na região, utilizando uma viatura discreta. Naquela tarde do dia 21 (dezembro), fomos abordados por uma equipe da Brigada Militar que havia recebido a notícia de uma movimentação suspeita no local”, frisou Carivali.

O delegado regional metropolitano contou que durante contato com os policiais militares, o portão do cativeiro foi aberto e o Corsa dos seqüestradores saía de ré. “Paramos naquele momento para entrar contato com a BM. Foi quando nos surpreendemos, pois estávamos exatamente na frente da casa dos seqüestradores. Naquele momento se abre um portão com o veículo Corsa branco saindo de ré, com vidros escuros, não havendo condições de reconhecer ninguém. Quando identifiquei a placa, que batia com a suspeita dos seqüestradores, parti imediatamente em direção ao veículo com objetivo de abordá-lo”, relatou o delegado.

Conforme Carivali, ao avisar que se tratava da polícia, o veículo retornou imediatamente de volta para garagem. O delegado contou que naquele momento, ouviu um estampido e notou um gesto agressivo por parte de um suspeito, disparando três vezes contra o criminoso. Um deles acertou o refém, que morreu na hora.

“Avisei que era 'polícia' para parar o veículo. O carro retornou imediatamente de volta para garagem e desce um homem suspeito fazendo um giro brusco com uma arma em punho começando a apontar em minha direção. Estava a uma distância de 10 metros. Foi tudo muito rápido e simultâneo. Ouço um estampido, o portão começar a baixar e atiro contra ele", relatou.

Depois dos disparos, o delegado Leonel Carivali, que prestou depoimento ao delegado-corregedor Paulo Rogério Grillo na última quinta-feira, admitiu que o refém já estaria morto após a rendição dos suspeitos. “Após a troca de tiros, com o portão da garagem já fechado, passaram-se dois minutos em que fizemos negociações para que possam se render. Depois, o portão se abre com quatro pessoas saindo e oferecendo rendição. Entre eles estava um dos reféns dizendo que seu amigo estava ferido. Quando chegamos ao carro, Lirio Persh já estava morto. O refém sobrevivente havia confirmado que os seqüestradores estavam armados. Após uma busca pelo interior da residência, achamos as armas”, frisou Carivali.

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