João de Deus presta depoimento no Ministério Público de Goiás
Médium deixou o Complexo Prisional pela primeira vez desde que foi preso
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Alegando inocência, ele já recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar obter o direito de deixar a unidade prisional e cumprir prisão preventiva domiciliar, com o uso de tornozeleira. O recurso ao STF foi apresentado após o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negarem habeas corpus ao médium.
O médium deixou o complexo prisional cercado por forte esquema de segurança e chegou ao MP-GO por volta das 10h. Saiu cerca de duas horas depois e o teor de seu depoimento não foi divulgado. Além do depoimento, os promotores que integram a força-tarefa do MP-GO ouviram mulheres que afirmam ser vítimas de João de Deus e também testemunhas.
Até a última sexta-feira, a força-tarefa já contabilizava 596 contatos feitos por supostas vítimas por e-mail ou telefone. Destes, foram identificadas 255 possíveis vítimas, das quais 75 já haviam sido ouvidas formalmente até a mesma data. Segundo o MP-GO, 23 das 255 possíveis vítimas tinham entre 9 e 14 anos por ocasião dos fatos.
Entre as supostas vítimas identificadas, 39 são de Brasília e as outras de Goiás (21), do Rio Grande do Sul (20), Espírito Santos (11), Minas Gerais (15), Rio de Janeiro (7), Paraná (6), Santa Catarina (4), Mato Grosso (3), Mato Grosso do Sul (1), Maranhão (1), Pernambuco (1), Piauí (1) e Tocantins (1).
Entre as mensagens recebidas pelo MP estadual há também mulheres que vivem no exterior: nos Estados Unidos (4), Austrália (3), Alemanha (1), Bélgica (1), Bolívia (1) e Itália (1). A esposa do médium João de Deus, Ana Keyla Teixeira, de 40 anos, deve prestar depoimento hoje à Polícia Civil. A oitiva deve ocorrer a partir de 13h.
Inicialmente, ela prestaria depoimento na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), mas, segundo a assessoria da Polícia Civil de Goiás, "por questões de logística", o depoimento foi alterado, e Ana Keyla será ouvida pela delegada Patrícia Meotti, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em Goiânia. Além disso, a assessoria da Polícia Civil informou que João de Deus só deve voltar a prestar depoimento na Polícia Civil depois de novas diligências, incluindo oitivas de testemunhas. *Colaborou Karine Melo, repórter da Agência Brasil