Juiz prorroga prisão temporária de cinco ativistas no Rio

Juiz prorroga prisão temporária de cinco ativistas no Rio

MP defendeu a prorrogação porque as investigações ainda não foram concluídas e pelas armas apreendidas

Agência Brasil

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O juiz da 27ª Vara Criminal da capital, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, prorrogou por cinco dias a prisão temporária dos ativistas Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, Tiago Teixeira Neves da Rocha, Eduarda Oliveira Castro de Souza, Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D'Icarahy. Eles foram detidos sábado, com mais 17 ativistas, por suspeita de envolvimento em atos violentos durante protestos no Rio.

De acordo com o juiz, permanecem inalterados os motivos que provocaram a decretação da prisão temporária dos ativistas. Em despacho, divulgado nesta quarta-feira, Itabaiana disse que tomou a decisão atendendo a um pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro pela prorrogação da prisão temporária de todo o grupo e que o Ministério Público mostrou-se favorável à medida.

Itabaiana lembrou que o pedido foi feito antes da decisão do desembargador da 7ª Câmara Criminal do TJRJ, Siro Darlan de Oliveira, que concedeu na terça-feira habeas corpus para Eloisa Samy Santiago, Joseane Maria Araújo de Freitas, Rebeca Martins de Souza, Bruno de Sousa Vieira Machado, Emerson Raphael Oliveira da Fonseca, Pedro Brandão Maia, Felipe Frieb De Carvalho, Filipe Proença de Carvalho Moraes, Rafael Rêgo Barros Caruso, Gerusa Lopes Diniz, Gabriel da Silva Marinho e Karlayne Moraes da Silva Pinheiro. O juiz explicou que a prorrogação não abrange esses indiciados porque eles tiveram a prisão temporária revogada por Darlan.

Segundo Itabaiana, o Ministério Público defendeu a prorrogação da prisão temporária porque as investigações sobre a participação dos ativistas nas manifestações no Rio ainda não terminaram e também por terem sido apreendidos, durante o cumprimento dos mandados de apreensão e prisão no sábado, armas e material para a confecção de coquetéis-molotov e outros explosivos.

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Levi, divulgou, nesta quarta-feira, nota condenando a prisão dos ativistas e a violência policial registrada no último fim de semana no Rio de Janeiro. Levi destacou que a UFRJ é historicamente comprometida com a democracia, à liberdade de expressão e a defesa intransigente dos direitos humanos. Por isso, acrescentou, tornou público o repúdio a toda e qualquer ação que ameace direitos e conquistas que garantam a liberdade de expressão e a livre manifestação.

Além de mostrar preocupação com os atos de sábado, "com a busca e prisão preventiva de pessoas com base na acusação de crime de formação de quadrilha armada", a nota do reitor condena a violência policial e repudia a repetição de um “padrão de intimidação contra ativistas e manifestações populares democráticas”, como foi destacado pela Anistia Internacional.

Na terça-feira, o reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Vieiralves, condenou a prisão da professora Camila Jourdan, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da instituição e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Vieiralves disse que determinou à Procuradoria da universidade o acompanhamento do processo para garantir a integridade física e os direitos de cada um dos presos. “Espero, em tempos democráticos, que o estatuto do aprisionamento preventivo seja muito pouco, mas muito pouco mesmo, utilizado.”

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