Líder de facção do Rio Grande do Sul é preso no Paraguai

Líder de facção do Rio Grande do Sul é preso no Paraguai

"Júnior Perneta" possuía cinco mandados de prisão em aberto e constava na difusão vermelha da Interpol

Jessica Hübler

Prisão de Júnior Perneta foi resultado de uma ação das polícias do Rio Grande do Sul, Paraguai e Interpol

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O líder de uma das principais facções do Rio Grande do Sul, Luis Fernando da Silva Soares Júnior, 38 anos, conhecido como "Museu" e "Júnior Perneta", foi preso na madrugada de quarta para quinta-feira, no Paraguai. A prisão, ocorrida na cidade de Encarnacion, foi resultado de uma ação integrada entre a Polícia Civil gaúcha, a Polícia do Paraguai, a Polícia Federal, a Polícia do Paraná e a Interpol.

Conforme o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Rodrigo Bozzetto, no âmbito da investigação, realizada há cerca de dois anos, outros dois líderes de facções também já haviam sido presos em solo paraguaio: José Dalvani Nunes Rodrigues, vulgo "Minhoca", preso em Ciudad del Este e Jackson Peixoto Rodrigues, vulgo "Nego Jackson", preso em Pedro Juan Caballero. “Os principais líderes das facções gaúchas estão todos segregados”, ressaltou.

Ainda conforme Bozzetto, Júnior Perneta possuía cinco mandados de prisão em aberto e constava na difusão vermelha da Interpol. O processo de expulsão do preso para o Brasil já está sendo trabalhado pela Polícia Civil gaúcha.

Se crime não tem fronteiras, as polícias também não podem ter 

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira, o chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Emerson Wendt, ressaltou a importância de ter completado "um ciclo da tríade de alvos principais, que estavam foragidos". De acordo com o secretário da Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer, se o crime não tem fronteiras, as polícias também não podem ter.

Até o momento não há confirmação sobre o presídio em que o criminoso deverá cumprir pena. Júnior Perneta estava foragido desde março de 2015, quando deixou a Pasc o que, segundo o titular da Delegacia de Capturas do Deic, Arthur Raldi, ocorreu por um erro de sistema.

No país vizinho, Júnior Perneta estava em plena atividade e continuava exercendo o poder de liderança sobre a facção. “Já tínhamos chegado nos telefones que ele utilizava, também trabalhamos com diversas ferramentas de inteligência. Quando ele ficou sabendo que estava sendo monitorado, começou a utilizar linhas telefônicas do Reino Unido, do arrocos e da Irlanda. Tudo isso para dificultar a investigação”, enfatizou Raldi.

O criminoso vivia no Paraguai utilizando documentos falsos e, no momento da prisão, estava dirigindo uma Kia Sportage, que já tinha sido identificada pelos policiais e foi apreendida, bem como a documentação falsificada. Além disso, foram localizados e apreendidos registros de porte de arma feitos no Paraguai, de três pistolas: uma pistola Glock calibre 40, uma Glock calibre 9 mm e uma Taurus calibre 40.

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